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Ericsson reestrutura operações no mundo

Uma mesma divisão será responsável pelos negócios de Europa e América Latina, com liderança de Arun Bansal, atual diretor da unidade de Produtos de Redes

A Ericsson anunciou nesta terça-feira, 28, uma grande reestruturação corporativa. A intenção é mudar a cadeia de comando na fornecedora, além de reavaliar as áreas em que atua. O foco deve passar a ser o desenvolvimento de tecnologias 5G, internet das coisas e serviços digitais.

Em conferência com jornalistas realizada nesta manhã, o CEO do grupo, Börje Ekholm, ressaltou que a intenção é retomar a lucratividade “reduzindo o portfólio a menos áreas e garantindo a eficiência das operações”. A empresa vai descontinuar produtos legados e deve passar a ter grupos de trabalho que desenvolvem soluções que unem o que hoje são áreas separadas entre si. Ele promete aumentar o dinheiro alocado em pesquisa e desenvolvimento e na capacidade da empresa em vender serviços e software, em vez de equipamentos.

A empresa vai investir mais em redes, dando continuidade aos lançamentos em 4G e buscando ser líder de mercado em 5G, quando esta tecnologia estiver definida. O foco aqui será aprimorar o serviço de lançamento de redes, prestados às operadoras para ativar suas infraestruturas novas.

A Ericsson criou ainda a divisão de Serviços Digitais, que responde por produtos de rede e infraestrutura virtualizadas, em nuvem, aplicações, gerenciamento, OSS/BSS. Aqui também haverá aumento de Capex, segundo o CEO.

A estratégia para IoT sofrerá grande transformação. Em vez do foco em integração de sistemas, a empresa agora pretende desenvolver plataformas e soluções completas. A divisão de serviços gerenciados se dedicará a automação e OSS, numa tentativa de reverter o prejuízo amargado em 2016, e deve cancelar ou recusar contratos que operam no momento com prejuízo.

A divisão de Mídia será dividida em duas. Uma será a unidade de Transmissão e Serviços de Mídia; a outra, a de Soluções em Mídia. Aqui, a ideia é alavancar negócios graças a ofertas mais direcionadas, mas o CEO não descarta a venda dos ativos. A companhia afirma ser a maior fornecedora do mundo de sistemas para vídeo móvel, e pretende manter essa liderança. Por fim, a empresa criou uma unidade de Infraestrutura para Nuvem e Tecnologia da Informação (IT Cloud Infrastructure), que vai produz tanto software, quanto hardware, e que também será vendida.

“Essas medidas devem ter impacto positivo sobre os resultados em 2018, e poderão dobrar a margem registrada pela empresa em 2016”, disse o CEO. A retirada de produtos e marcas do portfólio vai exigir um ajuste contábil, que deve impactar o resultado do primeiro trimestre deste ano. Os ativos revistos estão em Mídia e em Nuvem e TI.

Ele antecipa que a Ericsson deve reservar entre US$ 790 milhões a US$ 1 bilhão em provisões, no primeiro trimestre, devido a problemas com um projeto de um grande cliente. Mas não revelou qual.

Nova estruturaarun-bansal-ericsson
Até este ano, a empresa se organizava em unidades de negócios divididas em 10 regiões do planeta. Agora, terá cinco regiões, cada uma com sua liderança. A América Latina deixa de ser uma região única, e os negócios locais serão integrados aos europeus. O responsável pelo Mercado de Europa e América Latina será Arun Bansal (foto), atualmente diretor da divisão de produtos de rede.

Os outros mercados serão: Oriente Médio e África; Nordeste da Ásia; Leste asiático, Índia e Oceania; América do Norte. Cada um terá seu vice-presidente, a partir de 1 de Abril.

A empresa também terá três divisões: Redes e Serviços Gerenciados; Serviços Digitais; Tecnologia e Novos Negócios, além das áreas de apoio, como Marketing, Finanças, Jurídico, Recursos Humanos, Responsabilidade Social. A empresa não revelou ainda como a reestruturação deve afetar as operações no Brasil.

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