Enfraquecimento do peso mexicano leva dona da Claro ao prejuízo

Desvalorização de 25% no câmbio do país de origem da holding, enfraquecimento do real e das moedas de outros países da América Latina tiveram forte impacto nas contas do grupo.

 

A forte desvalorização do peso mexicano fez a América Móvil, holding dona da Claro Brasil, registrar prejuízo equivalente a US$ 1,21 bilhão. Não fosse o resultado das operações financeiras atreladas ao endividamento, parte em moeda estrangeira, o grupo teria registrado lucro no primeiro trimestre.

Conforme o balanço publicado ontem à noite, 29, a América Móvil teve aumento de 1,8% nas receitas (a câmbios constante, seria evolução de 5%), para o equivalente a US$ 10,35 bilhões, enquanto as despesas cresceram em menor ritmo, 1,3%.

O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) aumentou 2,9%, para 77,62 bilhões de pesos mexicanos (US$ 3.21 bilhões).

Covid-19

A companhia reforçou o que a Claro Brasil disse em seu balanço. Ainda não foram sentidos os impactos operacionais da pandemia de Covid-19 sobre os resultados do grupo. A expectativa é de que a crise econômica advinda das estratégias de isolamento social para conter o avanço da doença transpareça nos próximos resultados.

O único impacto foi financeiro, relativo à forte desvalorização das moedas latino-americanas, incluído aí o real, que perdeu 29% frente o dólar, e o peso mexicano, que se enfraqueceu 25% no período. Nestes casos, também houve reflexos além da pandemia, como o frisson no mercado financeiro em função da guerra de preços no mercado de petróleo.

De resto, o grupo mexicano registrou expansão das receitas puxadas pelo mercado móvel na maioria dos mercados em que atua, inclusive no Brasil. Em termos operacionais, a AMX terminou março com 282,55 milhões de clientes móveis (crescimento de 1,8% da base). No fixo, houve redução de 0,7%, para 81,37 milhões de unidades geradoras de receita.

O Brasil teve a maior saída de clientes fixo, com retração de 3,4% na quantidade de assinantes – este número consolidado considera não apenas banda larga fixa, como também telefonia e TV paga por satélite (que não aparece nos resultados da Claro Brasil por ser empresa independente da AMX no país).

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Rafael Bucco

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