Em baixa, conglomerados de mídia revisam estratégias de streaming nos EUA

Empresas anunciaram medidas de corte de custos, como demissões de funcionários, redução de gastos com conteúdo e retirada de filmes e séries antigas dos catálogos das plataformas, além de aumento dos preços de assinaturas
Empresas revisam estratégias de streaming nos EUA
Empresas revisam estratégias de streaming nos EUA (crédito: Freepik)

Alguns dos principais conglomerados de mídia em operação nos EUA estão revisando suas estratégias de streaming após terem colhido resultados decepcionantes no ano passado.

De acordo com números levantados pela consultoria Dataxis, a NBCUniversal, por exemplo, perdeu quase US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,33 bilhões) no último trimestre de 2022 com seus negócios diretos ao consumidor. Os prejuízos da Paramount e da Warner Bros. Discovery ficaram ao redor de US$ 2 bilhões (R$ 10,66 bilhões) no consolidado do ano passado. A Disney foi ainda pior, com perdas de mais de US$ 4 bilhões (R$ 21,32 bilhões).

Diante desses resultados, Paramount, Warner e Disney já anunciaram medidas de corte de custos, como demissões de funcionários, redução de gastos com conteúdo e retirada de filmes e séries antigas dos catálogos das plataformas, além de aumento dos preços de assinaturas.

A Disney, por exemplo, planeja economizar US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões) em custos de programação (excluindo o núcleo de esportes) em 2023.

Outra gigante, a Comcast anunciou, em janeiro, que a opção gratuita do streaming Peacock seria bloqueada para novos usuários. Dessa forma, novos assinantes agora têm de escolher entre os pacotes premium e plus, com preços de US$ 4,99 e US$ 9,99 por mês, respectivamente. A empresa espera atenuar os prejuízos com mais pessoas pagando pelo serviço.

A Warner Bros. Discovery, por sua vez, planeja manter o Discovery + como um serviço de streaming autônomo nos Estados Unidos, em vez de fundi-lo com o HBO Max em uma única plataforma.

Segundo a consultoria, essa mudança de estratégia ilustra as preocupações de que os assinantes do Discovery+ de preço mais baixo prefeririam desistir da plataforma em vez de assinar uma plataforma combinada mais cara. No entanto, levanta a questão da difícil transição que pode estar à frente da Warner Bros., que terá de educar os consumidores e o mercado para mais uma plataforma de streaming em um setor já superlotado.

“A pergunta que os streamers têm tentado desesperadamente responder é entender o que os consumidores querem e pelo que estão dispostos a pagar”, afirma Guillaume Perrin, analista sênior da Dataxis.

Na visão dele, a solução pode ser o empacotamento dos serviços, como os pacotes da Disney (Hulu, ESPN+ e Disney+), além das parcerias com operadoras de banda larga.

“O agrupamento entre plataformas de streaming de diferentes ecossistemas pode ser o próximo passo para finalmente consolidar o mercado. Deve ser o caminho lógico a seguir para as grandes empresas de mídia deixarem de ser tão dependentes de assinantes e churn, e colocar o poder de volta em suas mãos”, avalia Perrin.

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Da Redação

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