Eleição do conselho reflete confiança na atual gestão, diz Oi

Segundo a Oi, focos agora são geração de receitas, transformação organizacional, reestruturação da dívida e equacionamento da concessão.

Rodrigo Abreu, CEO da Oi - Crédito: Divulgação

A tentativa frustrada de acionistas minoritários de reformular completamente o conselho de administração da Oi trouxe alívio à diretoria e confiança de que as ações da gestão tomadas até aqui têm apoio de ampla maioria dos acionistas.

Como noticiado, ontem, em assembleia, os acionistas aprovaram a chapa sugerida pela diretoria para ocupar as cadeiras do Conselho, que manteve-se praticamente inalterado – a exceção foi a entrada de Rodrigo Abreu (foto acima) após renúncia de Maria Helena Santana.

A presença do atual CEO e grande responsável pela reestruturação pela qual a empresa vem passando desde 2020 pode ser entendida como um voto de confiança em que a equipe vai chegar a uma solução que gere valor, ou ao menos, preserve o capital de quem aportou na Oi.

Segundo comunicado divulgado hoje, a Oi diz que a eleição da chapa da diretoria (única na disputa, após desistência dos minoritários) e entrada de Abreu no Conselho garante a continuidade da reestruturação. Como focos, o comando terá:

  • o crescimento das receitas dos negócios core e desenvolvimento de novas fontes de receita;
  • a transformação organizacional;
  • a readequação da sua estrutura de custos;
  • o equacionamento dos passivos operacionais e regulatórios da concessão de telefonia fixa;
  • a adequação e otimização de sua estrutura de capital.

Todas estas questões passam pelo plano que a tele vai apresentar à Justiça em 60 dias, no âmbito da nova recuperação judicial.

Veja, abaixo, o posicionamento da empresa na íntegra:

“A eleição do Conselho de Administração da Oi, eleito por ampla maioria de acionistas presentes à Assembleia Geral Extraordinária, realizada ontem, confirma o confiança dos acionistas e dos investidores no trabalhado que vem sendo conduzido pela atual diretoria da companhia. O chapa eleita, indicada pela administração, com um mandato de dois anos, permitirá a continuidade do processo de reestruturação em busca a sustentabilidade futura da companhia. Com entrada do CEO, Rodrigo Abreu, em substituição da conselheira Maria Helena Santana, que apresentou sua renúncia por motivos pessoais, o Conselho de Administração segue no propósito de completar este processo, que além do crescimento das receitas dos negócios core e desenvolvimento de novas fontes de receita, tem como prioridade a transformação organizacional e readequação da sua estrutura de custos; o equacionamento dos passivos operacionais e regulatórios da concessão de telefonia fixa e suas operações legadas, e a adequação e otimização de sua estrutura de capital. Nesse sentido, o equilíbrio de sua dívida financeira é um dos pontos mais relevantes, exigindo uma nova Recuperação Judicial.

A companhia destaca que a atuação do atual Conselho no processo de Recuperação Judicial, e consequentemente no intenso trabalho do equacionamento do seu nível de endividamento, observando sempre as regras de mercado, mantendo alto nível de transparência com todos seus stakeholders. Vale ressaltar ainda que, ao final da primeira RJ, a dívida bruta consolidada da Oi registrou uma redução de 35,6% no terceiro trimestre de 2022 (último dado público divulgado ao mercado ) na comparação com igual período do ano anterior. A redução foi resultado, principalmente, da conclusão da venda da UPI Ativos Móveis em abril de 2022 e da alienação parcial da venda da UPI InfraCo ( V.tal) em junho de 2022, onde houve o pré-pagamento das dívidas contraídas junto ao BNDES, além do pagamento de debentures e “Bond” (sênior 2026).

Diante da complexidade do processo da Oi, que ainda enfrenta questões importantes para sua sustentabilidade futura, fica claro que os avanços registrados até aqui na trajetória desenhada pela administração para sua recuperação e preservação de seu papel no mercado brasileiro não teriam sido possíveis sem o total alinhamento e a colaboração do Conselho de Administração com o principal corpo executivo da companhia. A Oi é hoje uma Corporation, com capital social pulverizado, e que tem um Conselho de Administração independente, que preserva com rigor os mais altos padrões de Governança praticados no mercado.”

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Rafael Bucco

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