EDS vence licitação de nuvem do MPF

Extreme Digital (EDS) venceu licitação para fornecer serviços em nuvem para o Ministério Público Federal (MPF), que tinha preço máximo de R$ 34,3 milhões. Claro e Oi questionam o resultado.

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A empresa Extreme Digital, conhecida no mercado de TI por EDS, venceu a licitação para entrega de serviços de computação em nuvem, conectividade e treinamentos realizada para o Ministério Público Federal (MPF). O certame tinha preço base de R$ 34,29 milhões. A empresa apresentou proposta com desconto acima de 50%, e levou o contrato por R$ 15,95 milhões.

A EDS superou a Claro, segunda colocada, que apresentou proposta de R$ 16,96 milhões; a Compwire, que ofertou R$ 18,2 milhões; e a Oi, R$ 18,56 milhões. A disputa aconteceu no dia 3 de abril e o resultado foi divulgado dia 4.

Conforme o edital, a pasta vai contratar infraestrutura, plataforma e software como serviços. O contrato prevê gerenciamento e operação de recursos em nuvem, migração de recursos computacionais, migração de banco de dados, conexões por fibra para data center que vão de 1 Gbps a 10 Gbps e para unidades do MPF, além da capacitação de pessoal.

A EDS se comprometeu a atender as demandas do MPF a partir de parcerias com AWS, IBM, Tencent e Huawei. A AWS, aliás, foi apresentada como parceira de 8 entre os 10 proponentes que entraram no leilão. Apenas a Oi (Google e IBM) e IPnet (Google e Tencent) apresentaram propostas sem a gigante do grupo Amazon.

Claro e Oi questionam resultado

O resultado do leilão ainda não é definitivo. As operadoras Claro e Oi já enviaram nesta semana recursos questionando o resultado.

A Claro critica a proposta da EDS. Cita descontos em serviços gerenciados de conectividade de fibra junto a operadoras que chegam a 85%, o que considera “inexequível”.

“Diante de diferenças tão grandes de valores para os dois itens e da flagrante inexequibilidade dos mesmos, é dever do órgão Licitante proceder a diligência com a finalidade de ver comprovada a capacidade da Recorrida de fornecer tais itens sem que haja risco posterior de descumprimento contratual”, pede a Claro.

A Oi também cobra uma diligência para apurar melhor a oferta feita pela EDS. Sugere que a empresa acrescentou documentos após a apresentação de lances, o que seria contrário às regras do edital.  Faltaria à proposta vencedora, diz a Oi, percentuais com impostos e despesas.

“Tal falta de transparência e nas seguidas oportunidades de revisão concedidas a licitante vencedora, permite que a mesma, uma vez conhecendo os lances de todos os concorrentes, possa promover ajustes em seu plano de negócios capaz de melhorar o seu resultado deixando-os numa posição mais confortável e sem a pressão de uma concorrência”, argumenta a Oi. Defende ainda que a EDS não apresentou detalhes dos produtos que seriam contratados, como preconiza o edital.

Até a conclusão deste texto, não havia ainda na tramitação do leilão no site de compras do governo resposta do pregoeiro ou da vencedora aos recursos de Claro e Oi.

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Rafael Bucco

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