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Disputa entre Claro, Telefônica e TIM pode elevar o valor da Oi Móvel

Para analista do Bradesco BBI, TIM deve ficar com cerca de 70% da Oi móvel em função das diferenças de tamanho e spectrum cap existente no mercado móvel brasileiro.

O time de analistas financeiros do Bradesco BBI soltou hoje, 11, relatório já com opiniões a respeito da consolidação do mercado brasileiro de telecomunicações. O material já se debruça sobre a proposta conjunta de Telefônica e TIM, anunciada na noite de ontem, de comprar cada uma uma parte da unidade móvel da Oi. E diz também que a Claro já apresentou sua proposta ao Bank of America Merrill Lynch, assessor financeiro da Oi para a venda de ativos.

Fred Mendes, analista que assina o relatório, calcula que a unidade celular da Oi tem valor de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões. Mas pode haver uma valorização em função das sinergias existentes na fusão com os ativos dos compradores. Além disso, com a Claro correndo por fora no negócio, como aparentemente é o que está acontecendo, há espaço para um leilão que pode ampliar o preço da Oi Móvel.

“Mas acreditamos que deve ser difícil para a AMX [Claro] comprar a Oi [Móvel] em razão da concentração de espectro, mas este tipo de cálculo está sujeito a inúmeras variáveis”, avalia o analista. O valor de mercado da Oi por inteiro, com base no preço de suas ações, é de R$ 5,3 bilhões.

Independente de como se daria a disputa, e partilha, pelo ativo móvel da Oi, a operadora se apresenta hoje com muita folga para negociar, diz Mendes. “Depois da venda da Unitel, a Oi está em posição muito mais confortável, com caixa para pelo menos dois anos para manter suas operações. Por isso, acreditamos que terá capacidade de negociar melhor o valor de seus ativos”, ressalta ele.

Do ponto de vista do regulador, a venda do Oi Móvel teria o condão de resolver de vez os problemas de solvência da Oi, que atravessa uma recuperação judicial ainda sem previsão de saída, liberando-a para investimentos em outras áreas. Ao mesmo tempo, haveria um reequilíbrio da concentração de espectro entre as três operadoras restantes (Vivo, TIM e Claro). “Acreditamos que a TIM ficaria com uma fatia maior da operação móvel da Oi, cerca de 70%”, estima o analista do Bradesco BBI.

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