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Digitalização do campo no Brasil não pode demorar, alerta a Ericsson

Executivo da fabricante lembra que países concorrentes estão buscando a modernização para ganhar competitividade

 

O diretor de redes e tecnologia da Ericsson para o Cone Sul da AL, Paulo Bernardocki, afirmou nesta quarta-feira, 5, que o setor agrícola brasileiro pode ficar para trás em relação ao mundo se demorar a investir em tecnologias de informação e comunicações.

“Se o Brasil quer manter a liderança e o protagonismo na agricultura, é importantíssimo começar a jornada de transformação digital, porque nossos competidores em commodities seguramente estarão caminhando nessa direção”, provocou durante o AGROtic 2021, evento realizado pela Momento Editorial, que publica o Tele.Síntese, e vai até amanhã, 6.

Segundo Bernardocki, a tecnologia atual atende à maioria das necessidades do agricultor, graças ao uso dos 700 MHz, das redes 4G e dos padrões NB-IoT e Cat-M. O grande desafio é expandir a área coberta pelo sinal das operadoras. “A conectividade é o primeiro passo para a transformação do modelo de negócio”, ressaltou.

Com o 4G, as empresas já dispõem de uma miríade de equipamentos e soluções que trarão eficiência aos produtores rurais, produzidos em escala. “O ecossistema já está preparado. Hoje são 120 operadoras em 63 países com NB-IoT, e Cat-M são 55 operadoras em 35 países”, contou.

NB-IoT e Cat-M são tecnologias para conexão de coisas. Em NB-IoT, existem no mundo 362 tipos de dispositivos sendo produzidos. “Metade são módulos que vão ser embarcados nas estações meteorológicas, nos tratores, em drones, colheitadeiras”, disse.

Em Cat-M, são 371 dispositivos, de 76 fornecedores. “Significa que tem diversidade, custo baixo, e que se pode aproveitar no Brasil qualquer inovação que aconteça mundialmente. Esse ecossistema cresce 5% por trimestre. É uma tecnologia em franca expansão”, salientou.

Ele reconhece, no entanto, que a digitalização no campo depende da ação do agricultor, que precisa estar disposto a investir. “Quando tivermos tudo conectado, a internet das coisas vai alimentar o banco de dados na nuvem, a inteligência vai trabalhar sobre os dados que estão na nuvem e vai devolver para ponta, um atuador, onde a ação que vai ser tomada. Vamos automatizar, e ao automatizar, teremos ganhos de escala, de produção”, explicou.

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