Desoneração da IoT vai destravar investimentos, diz consultoria

Com a aprovação da isenção do recolhimento do Fistel, novos investimentos das teles poderão ser alavancados a partir de 2021, avalia Ari Campos, gerente sênior para as Américas da Omdia

A isenção do recolhimento do Fistel em dispositivos móveis de IoT (Internet das Coisas), previsto no PL 6.549/2019, aprovado ontem. 19, no Senado Federal, vai destravar os investimentos no setor com a estimativas de estimular novos negócios em 2021. A previsão é de Ari Lopes, gerente sênior para as Américas da Omdia, empresa de consultoria e pesquisa no setor de tecnologia. A matéria segue para a sanção presidencial.

“Tem uma série de projetos que não iam pra frente por conta disso [da taxa do Fistel]”, afirmou Lopes, referindo-se à rentabilidade dos dispositivos de comunicação máquina a máquina. “O Brasil tem cerca de 60% das conexões IoT na América Latina e com isso deve acelerar ainda mais. Vão começar a surgir projetos que estavam engavetados ou já estava mapeados há muito tempo mas que não se viabilizaram e agora as contas vão poder ser revistas. Vamos conversar com as operadoras”, projetou.

Na avaliação do executivo, a desoneração é bastante aguardada pelo setor, por se tratar da retirada de um obstáculo no caminho de crescimento do IoT. “ A receita média de uma conexão IoT é bem baixa e essa taxa impossibilitava uma série de projetos. Também introduzia uma assimetria entre tecnologia em banda licenciada e não licenciada, que é totalmente alheia ao setor, era a política tributária que inviabilizava uma parte do mercado”, avalia o gerente.

Hoje esses dispositivos são tributados com o Fistel, que, segundo Ari, só atrapalha o serviço, especialmente no meio rural em fazenda, mas também com reflexos negativos nos centros urbanos “Até projetos de cidades inteligentes em que se queira monitorar bueiros, latas de lixo, vagas de estacionamento.Que cidade vai pagar um valor elevado para monitorar esses serviços? Então o custo tem que ser baixo. Tirando o Fistel, começa a ficar mais competitivo”, explicou.

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Abnor Gondim

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