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Dataprev usará Blockchain para compartilhamento da base CPF

Receita Federal será primeiro órgão a ter acesso à base de CPFs via blockchain, mas outras áreas do governo também terão acesso a partir de 2019.

A Dataprev desenvolveu um novo serviço de troca de informações da base de cadastro dos CPFs baseado na tecnologia Blockchain. A solução bCPF (Blockchain do Cadastro de Pessoas Físicas) foi criada para a Receita Federal e busca simplificar a disponibilização da base de dados com segurança.

O projeto piloto, com participação do Conselho de Justiça Federal, foi lançado nesta semana e a previsão é que até julho de 2019 entidades de todos os poderes e esferas estejam usando a solução para a troca de informações da base CPF.

Segundo o diretor de Tecnologia e Operações, Matheus Belin, a tecnologia foi implementada em tempo recorde, apenas 4 meses, para conceber e disponibilizar o bCPF em produção. “Estamos falando de uma solução que utiliza código aberto, customizada para o ambiente da Receita Federal”, destacou Belin.

Ainda segundo ele, o uso da plataforma GovCloud – plataforma de serviços em nuvem para o governo – foi fundamental para garantir agilidade ao processo. “Quatro tipos de tecnologias diferentes foram utilizadas no projeto: marketplace, APIs, nuvem e o Blockchain propriamente dito. São quatro matrizes de tecnologia que se transformaram no Blockchain as a service, novo serviço oferecido pela Dataprev”.

O bCPF atende à Portaria RFB nº 1.788/2018, que trata do compartilhamento de dados no âmbito da administração pública federal envolvendo a tecnologia Blockchain.

O compartilhamento dos dados cadastrais, como a base no CPF, é uma obrigação das administrações tributárias e está prevista no art. 37, inciso XXII, da Constituição Federal. Além disso, o CPF é um dos números de identificação utilizados no Brasil, com mais de 800 convênios de troca de informações celebrados entre a Receita Federal e vários órgãos.

“A nova ferramenta muda a forma de compartilhamento dos dados de pessoa física para todos os entes de governo. Basicamente, os entes que recebiam uma cópia física ou arquivos da base CPF agora receberão o dado de CPF via Blockchain”, explica Humbertho Mattar, gerente da Divisão de Estruturação, Processos e Tecnologia para Inovação (DIEP) e um dos integrantes da equipe que trabalhou no projeto.

Em linhas gerais, a principal mudança para a Receita Federal é em relação à segurança do processo. “O Blockchain é uma tecnologia que trabalha com graus de confiança. Então, quanto maior for a rede de pessoas consumindo o serviço, maior será a confiança, porque todo mundo recebe a mesma base”, explica o diretor Belin.

Trata-se de uma rede permissionada em que apenas entidades autorizadas participarão, ou seja, apenas as instituições com as quais a Receita Federal já tem convênio. A solução prevê ainda smart contracts (contratos inteligentes), com funcionalidades e controles adicionais que tornam o bCPF seguro e possível.

A nova solução abre ainda uma frente de oportunidades para a Dataprev. “Esta é uma tecnologia disruptiva. É a primeira vez que desenvolvemos Blockchain na Dataprev e mais, que colocamos uma solução em produção em tão curto espaço de tempo. Este é um resultado positivo e nos credencia como uma empresa pública que desenvolve soluções com esse tipo de tecnologia”, concluiu Belin. (Com assessoria de imprensa)

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