Cresce procura por cursos de tecnologia

Movimento, observado a partir de pesquisas, foi apresentada por representantes de instituições de ensino durante participação nesta sexta, 5, no EdTechs

O período da pandemia denotou um aumento na procura por cursos de tecnologia. Representantes de edtechs perceberam esse crescimento. Mais que isso, alguns executivos, presentes no Edtechs e Escolas Públicas do dia 5, citaram que alunos chegaram a desistir de curso superior para fazer o curso técnico.

A Quero Educação constatou essa mudança em uma pesquisa que promoveu. “Vimos que 60% dos alunos de terceiro ano não querem fazer faculdade”, falou Marcelo Lima, CRO da entidade. Segundo ele, mesmo no ensino superior a demanda por cursos de tecnologia teve  um aumento exponencial. “Os tradicionais – direito, enfermagem, etc – mantêm seu posicionamento, mas nota-se que os cursos de  tecnologia estão em uma rampa de subida”, disse.

Rodrigo Alves, CEO da Veduca, disse que esse movimento também foi constatado pela empresa. “Percebemos uma busca maior por cursos de tecnologia. Acredito que, na pandemia, em casa, as pessoas  precisavam fazer alguma coisa e se capacitar”, observou. Alves acredita que agora, após a fase mais grave da pandemia, estamos em “um outro mundo, com a tecnologia inserida muito mais na vida da gente”.

Desistência

Outro tema abordado foi a desistência de alunos frente a cursos online disponíveis. Luiz Alexandre Castanha, especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais e CEO da NextGen Learning, aponta um dos motivos. “Percebemos 50% de evasão no primeiro mês, e é pelo conteúdo, pela qualidade do curso”, disse.

A falta da massificação do acesso aos cursos de formação superior também foi apontada como um grande entrave no Brasil e que precisa ser resolvido. “Só 16% acima de 24 anos têm diploma universitário, no Brasil. É um número muito abaixo”, apontou Marcelo Lima. Mas o CRO da Quero Educação observou o desconhecimento dos alunos em relação a suas possibilidades para o ingresso em um curso superior. “O aluno da escola particular tem simulado todo fim de semana. Já o da escola pública nem ouve falar em Enem”.

Outro desconhecimento, disse Lima, é que “no Enem, são 3,5 milhões de alunos para 260 mil vagas. Mas o aluno não precisa fazer Enem para cursar uma faculdade, e nem sabe”.

 

 

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José Norberto Flesch

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