CPQD inaugura Núcleo de Evolução Tecnológica

Com laboratórios para desenvolvimento de produtos em tecnologia, inclusive de soluções baseadas em Open RAN e de energia para escolas conectadas, Núcleo de Evolução Tecnológica do CPQD recebeu investimentos de R$ 12 milhões.
Da esquerda para a direita: Antonio Carlos Valente, presidente do Conselho do CPQD, Sebastião Sahão, presidente executivo, ministro Juscelino Filho, e o prefeito Dario Saadi inauguram placa do novo Núcleo de Evolução Tecnológica
Da esquerda para a direita: Antonio Carlos Valente, presidente do Conselho do CPQD, Sebastião Sahão, presidente executivo, ministro Juscelino Filho, e o prefeito Dario Saadi inauguram placa do novo Núcleo de Evolução Tecnológica do CPQD em Campinas (SP)

Campinas* – O CPQD inaugurou hoje, 2, em Campinas (SP), um novo espaço voltado à pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de conectividade e energias renováveis: o Núcleo de Evolução Tecnológica. A cerimônia contou com a presença de autoridades.

Estiveram o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o secretário de telecomunicações, Maximiliano Martinhão, o superintendente da Anatel, representando a agência, Vinicius Caram, o prefeito de Campinas, Dário Saadi. Também estavam na plateia representantes da Conexis Brasil Digital, da Telcomp, e da Vivo.

O espaço reúne vários laboratórios e ambientes integrados que têm como foco o desenvolvimento de projetos inovadores – e, também, a realização de alguns serviços como ensaios e certificação de produtos.

O objetivo é atender à demanda crescente por projetos envolvendo comunicações ópticas e sem fio – o que inclui Internet das Coisas, sensoriamento, Open RAN e tecnologias para as futuras redes de telecomunicações e redes industriais – e soluções de energia, especialmente energias renováveis.

“Com o Núcleo de Evolução Tecnológica, estamos ampliando nossa capacidade produtiva, gerando inovações alinhadas às necessidades dos nossos clientes. Ao mesmo tempo, contribuímos para a criação de empregos e a capacitação de profissionais para atuar em projetos de alta tecnologia em conectividade, por exemplo para atender às demandas das redes do futuro, e em soluções de energia voltadas às novas necessidades de um mercado cada vez mais comprometido com a sustentabilidade”, afirma Sebastião Sahão Junior, presidente do CPQD.

Open RAN

Na área de conectividade, um dos destaques do Núcleo de Evolução Tecnológica é a implantação de uma rede privativa 5G Open RAN que cobre todo o Pólis de Tecnologia – onde o CPQD está instalado.

Integrada ao C2n, solução de core de rede convergente 4G/5G desenvolvida pelo CPQD, essa infraestrutura será usada como base em diversos projetos desenvolvidos pela organização, como o da Plataforma 5G BR, que conta com o apoio do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL), e o Programa OpenRAN@Brasil, conduzido em parceria com a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa).

Gustavo Correa Lima, gerente de Soluções de Conectividade do CPQD, explica que a nova rede privativa também dará suporte ao projeto 5G e EDGE Computing para Transformação Digital na Indústria 4.0, desenvolvido no modelo Basic Funding da Embrapii em parceria com outros centros de pesquisas, e ainda à atuação do CPQD como novo Centro de Competência Embrapii em Open RAN.

“Essa infraestrutura funcionará como um laboratório vivo para o desenvolvimento de aplicações 5G e IoT. E será um dos espaços para a realização de testes de interoperabilidade e customização de soluções Open RAN para o mercado brasileiro”, enfatiza o executivo.

Entre as aplicações em desenvolvimento que utilizam conectividade baseada em redes privativas, ele destaca a operação remota de drones para captura de imagens em plataformas de petróleo, por exemplo, e a coleta e envio de dados de telemetria de um carro para uma plataforma de Inteligência Artificial das Coisas (AIoT) – como a Pailot, do CPQD.

Energia em escolas

Na área de soluções de energia, a principal novidade é o Laboratório de Estudos e Desenvolvimento de Tecnologias de Energias Renováveis, que está iniciando os primeiros projetos envolvendo hidrogênio verde.

Entre os projetos desenvolvidos pela organização nessa área, destacam-se uma família de eletropostos – em parceria com um fabricante do equipamento – e uma plataforma de mobilidade elétrica, destinada a gerenciar a infraestrutura de eletropostos para recarga de baterias de veículos elétricos. A plataforma inclui um aplicativo móvel que facilita a busca por eletropostos mais próximos, permitindo o agendamento de horário para a recarga da bateria, e ainda sistema de bilhetagem para a cobrança pelo uso da energia.

Outro projeto importante que vem sendo conduzido no CPQD, com o apoio do FUNTTEL e da Finep, tem como objetivo levar conectividade a escolas públicas em áreas que não dispõem de energia elétrica. Para isso, a ideia é instalar uma infraestrutura de energia – usando painéis fotovoltaicos e baterias para armazenar a energia gerada – que irá alimentar os equipamentos de telecomunicações, como modems satelitais, roteadores e WiFi, a serem instalados nas escolas. Como essa infraestrutura estará em locais remotos, em geral de difícil acesso, o projeto prevê o desenvolvimento de tecnologias de monitoramento e gerência a distância, utilizando recursos de Inteligência Artificial.

Negócios inovadores

Frederico Nava, diretor de Tecnologia e Novos Produtos do CPQD, ressalta que a integração de laboratórios de conectividade e de energias renováveis, no novo Núcleo de Evolução Tecnológica, irá facilitar o desenvolvimento de projetos como esse – que teve origem em um piloto bem-sucedido implantado em uma comunidade indígena de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.

“Temos recebido muitas demandas de soluções de conectividade para áreas remotas, que ainda não dispõem de energia elétrica. Com essa integração, estamos unindo a infraestrutura de energia e a conectividade”, afirma.

Além de atender às demandas de projetos do CPQD, o Núcleo de Evolução Tecnológica também irá dar suporte a startups apoiadas pelo Ventures CPQD – venture builder de base tecnológica lançado neste ano pela organização. A iniciativa prevê que as startups selecionadas dentro das quatro Teses de Inovação do Ventures – Agronegócio sustentável, Saúde acessível a todos, Indústria do futuro e Energia mais limpa – poderão utilizar a infraestrutura laboratorial do CPQD para o desenvolvimento de seus projetos.

Segundo Nava, atualmente 70% das receitas do CPQD vêm da iniciativa privada, e o restante, de políticas de incentivo à pesquisa e inovação governamentais.

*O jornalista viajou a convite do CPQD

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Rafael Bucco

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