Copom eleva juros a 10,75% e prevê 12% no 1º semestre

Copom aumenta a taxa básica de juros pela oitava vez consecutiva, voltando ao patamar de dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio.
Copom eleva juros a 10,75% e prevê 12% no 1º semestre - Crédito: Flickr BC
Sede do Banco Central, em Brasília – Crédito: Flickr BC

O Copom (Comitê de Política Monetária ) elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 1,5 p.p, a 10,75%, confirmando expectativas do mercado e as últimas sinalizações do próprio comitê. A decisão foi divulgada no início da noite desta quarta-feira, 2, pelo Banco Central.

Em comunicado, o Copom afirma que o ritmo de aumento dos juros deve ter uma contração a partir das próximas reuniões. “Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante”, ressalta.

Segundo o documento divulgado pelo BC, o Copom prevê  que a trajetória de juros deve se elevar para 12% no primeiro semestre de 2022, termina o ano em 11,75% e reduz-se para 8,00% a.a. em 2023. “Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 6,6% para 2022 e 5,4% para 2023”, pontua.

Projeções que figuram acima das metas estabelecidas. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta de inflação em 2022 será de 3,5%, considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%.  Para 2023, a meta de inflação definida pelo CMN é de 3,25%, com intervalo para cima e para baixo entre 1,75% e 4,75%.

O comitê observa que o cenário externo segue menos favorável e a maior persistência inflacionária aumenta o risco de um aperto monetário mais célere nos EUA, tornando as condições financeiras mais desafiadoras para economias emergentes.

Em relação à atividade econômica brasileira, há ponderação aos indicadores relativos ao quarto trimestre, que tiveram evolução ligeiramente melhor que a esperada, em particular os relativos ao mercado de trabalho. A inflação ao consumidor, no entanto, seguiu surpreendendo negativamente.

O comitê ressalta que, em seu cenário de referência para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Copom avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal segue mantendo elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação e, portanto, a assimetria altista no balanço de riscos.

O Copom enfatiza, por fim, que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, conclui.

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Redação DMI

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