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Conselheiro da Anatel enxerga dificuldades para mercado secundário

Para Moisés Moreira, da agência reguladora, falta de clareza para apontar qual é o melhor modelo para cada segmento da economia

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já iniciou a discussão sobre o mercado secundário de espectro para usar no aumento da conectividade no país, inclusive consulta pública com o objetivo de colher sugestões para garantir a prestação de serviço para focos específico.

Ao falar sobre o tema no Agrotic 2020,  o conselheiro  Moisés Moreira, da Anatel, afirmou identificar obstáculos para que o mercado secundário seja um caminho de disponibilização de capacidade para diversos segmentos da economia e até para a prestação de SMP (Serviço Móvel Pessoal)

“Enxergo muita dificuldade em fazer uso em caráter secundário. Tem barreira, mas pode-se apostar, sim, em fazer uso acreditando que não haverá competidores”, observou.

Uma das dificuldades, para o conselheiro, é a falta de clareza para apontar qual é o melhor modelo para cada setor. “[Não se sabe] Se é mais vantajoso construir rede própria ou contratar uma operadora que já possui expertise no serviço, ambos os caminhos estão sendo trilhados. A Anatel vem tratando de fazer a multi-destinação de várias faixas de frequência, o que permite sua utilização como SMP, por exemplo”, descreveu.

Citou que existe uma demanda muito grande por espectro por diferentes segmentos e atores para possuir sua rede própria.. “Nesse cenário, cada segmento demandará uma rede específica com diferentes características no que diz respeito a largura de banda, latência etc”, acrescentou, citando demandas por parte dos segmentos de mineração, energia, transporte, indústria e agronegócio.

“Alguns setores se utilizaram desse espectro geograficamente de forma mais pontual, longe dos grandes centros urbanos. Nesse cenário heterogêneo, ainda não está claro quanto de espectro e qual será adequado para cada setor”, avaliou.

Secundário na conexão rural

Segundo o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, a empresa fica confortável com o uso secundário, principalmente em regiões rurais. “Eu não acredito que 4 blocos de 700 MHz no interior vão ter o interesse de grande operador explorar naquela comunidade. Hoje não tem nenhum porque é inviável economicamente. A gente tem visto TAC de operadores para transformar uma torre de 3G em 4G. Imagina na zona rural sem ser por TAC”, detalhou.

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