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Condax: Modelo de negócios para condomínios

Para tornar viável a instalação de rede óptica em condomínios horizontais, a Condax montou um modelo onde o empreendimento embute o valor da infraestrutura no preço do lote. E o provedor cobra pela ativação.

O Tele.Síntese está aos poucos publicando os textos produzidos para o Anuário Tele.Síntese de Inovação 2018, publicado no último trimestre. Abaixo, veja o exemplo da Condax, ISP que ganhou o segundo lugar no Prêmio Anuário Tele.Síntese de Inovação na categoria Provedores Regionais.

Modelo de negócios para condomínios

Desde 1991, a Condax atua no mercado de telecomunicações em Minas Gerais. Primeiro como representante de fornecedores; depois, passou a integradora de serviços de internet e de telefonia interna em condomínios e, finalmente, se tornou um provedor de acesso à internet. Para não negar as raízes, especializou-se no atendimento a condomínios horizontais mais afastados ou mesmo em zonas rurais.

Domingos Barbosa (foto), diretor Comercial, conta que a licença de SCM (Serviço de Comunicação Multimídia) foi obtida em 2007 e, por questões tributárias, a empresa foi dividida em duas, a Condax Telemática, para os produtos de telecom, e a Condax Tecnologia, para o serviço de ISP. A área de atuação também foi ampliada e, além de Brumadinho, onde o serviço não foi impactado pelo rompimento da barragem da Vale em 25 de janeiro, passou a atender outras duas cidades próximas, Nova Lima e Itabirito, a 150 quilômetros de Belo Horizonte, onde está a sede da companhia.

Se inicialmente os negócios estavam mais concentrados na unidade de vendas de equipamentos, com o tempo essa composição foi mudando e o provedor ganhou espaço. Dos acessos via rádio utilizados inicialmente, a Condax passou a implantar rede de fibra a partir de 2015. “Não fizemos isso antes porque não tínhamos escala e as OLTs na época partiam de 128 clientes”, destaca Barbosa.

A expansão via plataforma FTTH coincidiu com outra conquista para a Condax, um novo modelo de negócios com os condomínios horizontais. Antes havia muita dificuldade para que o condomínio assumisse os investimentos da instalação da rede. Para a provedora, o custo também era alto já que nem todas as residências se tornariam assinantes da empresa.

Na nova configuração, a Condax vende a rede para o condomínio que divide seu custo pela quantidade de lotes – o valor é incluído no preço de aquisição. A partir daí, o ISP faz contratos individuais para ativação. Atualmente, a empresa responde pela conexão de dez condomínios nas três cidades e os planos para este ano preveem a conquista de mais quatro contratos e, em 2019, mais seis.

A empresa também ampliou a oferta de serviços. Ela usa a rede para fazer o monitoramento de toda a área local, com câmeras de segurança, além da interfonia IP para comunicação das equipes do condomínio. Aos clientes residenciais, vende também pacotes de telefonia IP. Nesse projeto, trabalha em parceria com a gaúcha Pligg.

O esforço de levar o acesso à internet a áreas antes isoladas passa muitas vezes pelo atendimento via rádio de comunidades próximas ao condomínio e fazendas. Na região rural de Brumadinho, por exemplo, está Suzana, onde há 60 clientes da Condax. Barbosa, entretanto, não tem planos de competir em áreas urbanas mais populosas: “Em Brumadinho, temos dois provedores que já instalaram fibra. Se eu entrar lá para disputar clientes, isso acaba sendo via preços. Não tenho interesse nessa estratégia”.

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