Comprar 5G da Huawei será crime no Reino Unido

O resultado da medida será um atraso de até três anos na implementação da rede móvel 5G no país, com potencial acréscimo de R$ 13,4 bilhões ao custo final.

O governo do Reino Unido anunciou hoje, 14, que a partir de 2021 as operadoras de telecomunicações do país estarão proibidas de comprar equipamentos de redes 5G da Huawei. A declaração foi realizada pelo ministro de Cultura, Mídia, Esportes e Digital, Oliver Dowden, em discurso no parlamento do país.

Na exposição, o executivo afirmou que o governo irá propor aos políticos um projeto de lei que transformará em crime a compra de infraestrutura 5G da Huawei. Depois de 31 de dezembro, nenhuma empresa local poderá construir rede 5G com novos produtos da gigante asiática. E quem já tiver algum equipamento ou software 5G em uso, deverá retirar da rede até 2027.

O resultado da medida será um atraso da implementação da rede móvel de quinta geração no país. Segundo Dowden, a medida deve adiar em dois ou três anos a expansão da rede 5G no país. Também haverá custos gigantescos: segundo cálculos do governo, as operadoras serão obrigadas a desembolsas até £ 2 bilhões (R$ 13,4 bilhões) a mais para montar suas novas redes.

A ZTE, outra fabricante chinesa na berlinda, não foi proibida, mas segundo Dowden, segue na lista de fornecedores de “alto risco” para o país, o que reduz o potencial de aquisição de produtos desta empresa.

Mudança de posição

O governo britânico havia permitido, em janeiro, que as operadoras usassem até 35% de equipamentos Huawei em suas redes 5G. Em maio, no entanto, os Estados Unidos proibiram o fornecimento de componentes americanos para a chinesa. Essa medida, obrigou o Reino Unido a rever sua decisão, explicou Dowden.

Segundo ele, antes a Huawei usava uma cota de componentes que as autoridades do país julgavam confiáveis. Com o banimento total dos EUA, a empresa da China terá de usar componentes novos, não homologados, o que é encarado como um risco cibernético.

O governo vai enviar em outubro um projeto de lei ao parlamento, propondo a criminalização da construção de redes com equipamentos da Huawei e estabelecendo os prazos de 31 de dezembro para fim das compras, e de 2027 para a retirada de quais quer equipamentos. Os britânicos farão, agora, uma estratégia para facilitar a diversificação de fornecedores de infraestrutura para as teles. Este mercado é dominado no mundo pela Huawei. Em segundo e terceiro lugares entre os maiores fabricantes ficam Ericsson e Nokia.

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Rafael Bucco

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