Começa a integração entre Hughes e Yahsat no Brasil

Marca Yahsat deixará de existir em 10 a 12 meses. União aumenta em 40% capacidade de tráfego de dados da Hughes sobre o Brasil.

As provedoras de banda larga satelital Hughes e Yahsat firmaram no final de novembro, após o aval da Anatel, o contrato de união dos negócios locais. Anunciado em maio, o agora definitivo acordo prevê que a operação brasileira da Hughes tenha como sócia a Yahsat, absorvendo clientes, parte dos funcionários e a capacidade em banda Ka destinada ao país do satélite Al-Yah 3.

Rafael Guimarães, presidente da Hughes, comandará a empresa resultante da fusão, que se chamará Hughes do Brasil. Segundo ele, a transação se baseou na troca de ativos, e não envolveu valores. Pelo acordo, a norte-americana Hughes passa a ser dona de 80% do negócio no Brasil, enquanto a Yahsat terá 20% de participação.

A união prevê que a marca Yahsat seja descontinuada em um período de 10 meses a um ano. O executivo também espera sinergias significativas de processos e sistemas. Haverá revisão do uso de gateways da Yahsat, por exemplo, operação que deverá ser absorvida pela Hughes.

Guimarães diz que a intenção é preservar ao máximo o número de funcionários hoje contratados de ambas as empresas. Ele também explica que para os clientes podem haver adaptações, como a necessidade de visita técnica para troca de equipamentos. Isso porque será adotado o sistema JUPITER, proprietário da Hughes. Nada terá custo adicional para o usuário, no entanto.

Com a união, a nova Hughes do Brasil passa a ter uma carteira de cerca de 200 mil clientes. “A grande motivação dessa joint venture é aumentar a escala. O negócio [banda larga satelital] é desafiador do ponto de vista financeiro, então é importante ter uma base de assinantes maior. Ao absorver o satélite da Yahsat, conseguiremos isso”, diz o executivo.

A Hughes já utiliza um satélite da Telesat e outro da Eutelsat para a oferta da banda larga no país. Com a adição do Al-Yah 3, sua capacidade aumenta 40%. “Isso é fundamental pois em diversos pontos do país nossa capacidade já estava chegando no limite”, conta.

Guimarães diz que não haverá mudanças no modelo de negócio, no entanto. A banda larga satelital deve continuar a ser vendida com limites de franquia, por exemplo, a preços diferentes conforme os horários de uso. A nova empresa seguirá vendendo banda larga para clientes finais e empresas, serviços de redes gerenciadas, hotspots de WiFi comunitário para comunidades rurais, e soluções de backhaul de redes celulares para operadoras móveis.

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Rafael Bucco

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