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Com TIP e operadoras, Inatel inaugura laboratório para teste de campo do Open RAN

Inatel passa a ter o único laboratório do TIP no hemisfério Sul capaz de realizar testes em situações real de uso do Open RAN
Imagem de prédio no campus do Inatel
Crédito: Inatel / Divulgação

O Inatel já começou a testar tecnologias Open RAN no Brasil em março deste ano, com a inauguração de laboratório no campus localizado em Santa Rita do Sapucaí (MG)*. Agora, o instituto de ensino superior quer dispor de mais recursos para dizer se, na prática cotidiana, redes do tipo funcionam bem. Para isso, instalou três estações radiobase no padrão aberto no local e vai distribuir chips para professores e alunos utilizarem a rede diariamente.

Os chips são tanto 4G, quanto 5G – a depender da compatibilidade do celular do usuário. A nova rede foi criada usando frequência de 2,6 GHz no 4G, e de 3,5 GHz, no 5G. O espectro foi cedido pela Vivo. Como a banda de 3,5 GHz ainda não foi liberada pela Anatel, os testes com usuários em 5G devem começar no final de junho.

Os usuários do chip Inatel distribuído pelo laboratório Open RAN poderão fazer ligações para números de quaisquer operadoras e navegar na internet móvel a partir de qualquer lugar do campus, contou ao Tele.Síntese o diretor da instituição, Carlos Nazareth.

Ali, vale lembrar, já há laboratórios montados em parceria com Nokia, Ericsson e Huawei, todos dedicados ao desenvolvimento de soluções de rede proprietárias. A inauguração do laboratório Open RAN e da iniciava Open Field tem apoio do TIP (Telecom Infra Project), braço do Meta (ex-Facebook) para desenvolvimento de redes. Também tem apoio das empresas TIM, Claro, Brisanet. E das fabricantes e desenvolvedoras de tecnologia Ceragon, Dell Technologies, Delta, DZS e Parallel Wireless.

A unidade é a única do TIP no hemisfério Sul a realizar testes de campo, disse o responsável pelo TIP na América Latina, André Arraes. Além do laboratório no Inatel, o TIP tem ainda unidades em Campinas, em parceria com o CPQD, e no Rio de Janeiro, em parceria com a TIM, onde os equipamentos passam por simulações apenas em ambiente controlado.

Segundo Nazareth, a inauguração do TIP Community Lab no Inatel, ao lado de laboratórios de grandes fabricantes, mostra que o instituto tem um papel integrador para o ecossistema brasileiro de tecnologia de rede. Ele ressaltou que com a proximidade, os participantes podem interagir, e no laboratório TIP, todos são convidados a contribuir.

Oportunidade

Nazareth também ressaltou na abertura do laboratório que a aposta no Open RAN é uma oportunidade para empresas de todos os portes participarem da cadeia de fornecimento das redes de telecomunicações, que se concentrou na última década.

Carlos Nazareth, diretor do Inatel
Carlos Nazareth, diretor do Inatel (Foto: Rafael Bucco)

“Com o Open RAN temos a possibilidade de preparar as industrias locais para fornecer parte desses sistemas, retornando ao fornecimento de redes. Santa Rita tem 160 empresas de eletroeletrônica, e Open Ran abre oportunidade para essas empresas”, disse.

Segundo estimativas do TIP, o Open RAN vai movimentar US$ 30 bilhões no ano de 2030, ultrapassando finalmente o valor movimentado pelo fornecimento de redes tradicionais proprietárias.

A inauguração oficial do laboratório, que começou a funcionar em 16 de março, aconteceu na última sexta, 8 de abril.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, esteve presente e elogiou a iniciativa. Lembrou que parte dos recursos necessários à construção do laboratório e da iniciativa Open Field vieram do FNDCT, fundo para fomento científico administrado pela pasta.

Cerca de R$ 2,5 milhões foram investidos no TIP Community Lab localizado no Inatel, parte em dinheiro, parte em equipamentos e serviços doados pelas empresas integrantes.

*O jornalista viajou a convite do Inatel

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