Cobertura celular em São Paulo pode melhorar em até 40%, estimam especialistas

Com a liberação da faixa de 700 MHz para as operadoras móveis, Claro, TIM e Vivo vão agregar essa frequência às que já utilizam e melhorar a cobertura e a penetração indoor.

A boa notícia para quem mora em São Paulo e nas vizinhas Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul é que a qualidade do sinal do celular pode melhorar a partir das próximas semanas tão logo as operadoras Claro, TIM e Vivo cumpram os trâmites legais e regulatórios e possam começar a operar nessas cidades também na faixa de 700 MHz. Hoje, a Anatel liberou o uso dessa faixa pelas empresas de telefonia, depois que foi desligado o sinal da TV analógica.

A liberação não vale para a Oi, pois ela não comprou espectro na faixa de 700 MHz quando houve o leilão dessa frequência. Nem para a Nextel.

De acordo com estimativa de especialistas, no caso da cidade de São Paulo a agregação da frequência de 700 MHz quando comparada à faixa já operada pela celular – se ela for de 2.600 MHz – pode aumentar a cobertura em até 40% e aumentar a penetração indoor. Do lado do cliente, ele ganha mais velocidade e melhor experiência de navegação.

Por isso, as três operadoras informam que estão prontas para agregar a faixa de 700 MHz em suas operações em São Paulo e no ABC. A Claro, que começou a incluir a faixa de 700 MHz desde o piloto de Rio Verde (GO), a primeira cidade do país a ter o sinal de TV analógica desligado, diz que pretende usar a faixa adicional de espectro com a tecnologia 4,5G (LTE-Advanced Pro). Vai agregar portadoras para ampliar a velocidade de download e upload. Também espera ampliação da cobertura e melhora do sinal indoor.

No caso da operadora, ela vai agregar a 700 MHz a duas outras faixas de frequência nas quais já opera na capital (1.800+2.600). Como sua rede em São Paulo é a LTE Advanced Pro, ela poderá assegurar aos clientes que contarem com aparelhos celulares compatíveis com esta tecnologia velocidades até 10 vezes superiores ao 4G convencional, segundo especialistas.

A Vivo, de acordo com sua assessoria, vai incluir a 700 MHZ em São Paulo e mais 12 cidades do estado: todo o ABC paulista e algumas cidades do litoral como Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande e Cubatão. Hoje, já tem a faixa de 700 MHz em 920 cidades, que incluem todas as capitais à exceção de Florianópolis onde o sinal analógico ainda não foi desligado. Nessas cidades, mais da metade dos sites já está preparada para operar a faixa de 700 MHz.

Primeira operadora a usar comercialmente o espectro de 700 MHz, a TIM, segundo informou na semana passada seu VP de Tecnologia, Leonardo Capdeville, durante conferência de divulgação dos resultados do 2T18, já contava com 600 ERBs instaladas em São Paulo, prontas para agregar a nova frequência.

A TIM contabilizava, no final de junho, 1.131 cidades usando a frequência de 700 MHz, que lhe permite ativar o sistema VoLTE, ampliando a cobertura em voz da companhia e a velocidade dos acessos móveis à internet. Atualmente, 68% do tráfego de dados da rede da operadora se dá sobre LTE (4G), e 32% acontece em 2G ou 3G. A operadora terminou junho com a rede 4G ativada em 3.138 cidades.

A Vivo também segue ampliando a cobertura no estado com a tecnologia 4,5G (comercialmente denominado pela operadora 4G+), presente em 265 cidades de São Paulo, e 736 no país. Em janeiro deste ano, a Claro anunciou a disponibilidade do 4,5G em mais de 140 cidades do país, entre elas as principais capitais, dentro do plano de investimento para modernização e expansão da rede móvel da operadora.

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Lia Ribeiro Dias

Seu nome, trabalho e opiniões são referências no mercado editorial especializado e, principalmente, nos segmentos de informática e telecomunicações, nos quais desenvolve, há 28 anos, a sua atuação como jornalista.

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