Claro em busca de fintechs e bancos digitais para parcerias

Maurício Santos, diretor de soluções e produtos financeiros da operadora, afirmou durante mesa redonda nesta quinta-feira, 26, no Digital Money Meeting, que a RFP não tem data para encerrar e será um processo contínuo.
Maurício Santos, Diretor de Soluções e Produtos Financeiros da Claro - Foto: Divulgação
Maurício Santos, Diretor de Soluções e Produtos Financeiros da Claro – Foto: Divulgação

A Claro deve anunciar nas próximas semanas os primeiros bancos digitais e fintechs selecionados por meio da RFP (Request for Proposal) que a empresa vem conduzindo desde o segundo trimestre. Maurício Santos, diretor de soluções e produtos financeiros da operadora, afirmou durante mesa redonda nesta quinta-feira, 26, no Digital Money Meeting, que a RFP não tem data para encerrar e será um processo contínuo.

“É uma RFP um pouco diferente. O objetivo foi acelerar o processo de avaliação de potenciais parceiros. Já vínhamos conversando isoladamente com alguma fintechs, mas o processo era lento. Com a RFP fizemos um modelo de propostas padronizadas. É um processo contínuo e vamos selecionar vários parceiros porque queremos nos posicionar como hub financeiro. Alguns contratos já foram assinados e outros estão mais embrionários. Vamos divulgar em breve”, diz Santos.

Ele destacou que as operadoras já desenvolvem produtos financeiros há dez anos, inicialmente com as carteiras digitais que, na época, estavam à frente do seu tempo. Desde então, o mercado mudou e surgiram novos modelo como a Sociedade de Crédito Direto (SCD e as Sociedades de Empréstimos entre Pessoas (SEP), regulamentadas pelo Banco Central.

“Isso tem proporcionado um grande crescimento no número de fintechs e a Claro não poderia perder a oportunidade. Hoje há a separação entre a especialização de produto e a especialização de canais. A Claro tem produtos de seguros, crédito e a Claro Pay, que é uma plataforma de serviços financeiros iniciada com a conta digital. Em torno dela agregamos pagamentos, como o Pix e serviços de terceiros que selecionaremos por meio da RFP”, explica o diretor da Claro.

Para ele, o conhecimento do cliente é um dos pontos chave do sucesso da nova configuração do ecossistema financeiro digital. A operadora tem vantagens em relação aos grandes bancos porque tem um relacionamento direto com os semibancarizados, 35 milhões de pessoas segundo a última pesquisa da Febraban. A maior parte são usuários de planos pré-pagos e informações sobre valor de recarga ajudam a conhecer o perfil. Inclusive ofertas como antecipação de recarga é uma espécie de microcrédito. Com esses dados a Claro pode criar scores de crédito.

“A maior parte dos banco digitais não tem agência. A Claro tem 1,5 mil lojas e 200 mil pontos de venda de recarga, com facilidade de depósito. Por que não fazer também depósito na conta digital. O cadastro ainda não é suficiente para o know your costumer, mas a Anatel tem um projeto para ampliar o cadastro”, diz Santos.

Outro diferencial das operadoras é poder dar incentivos pró-engajamento com serviços da própria rede, como mais GB de acesso. Os bancos digitais estão dando incentivos monetários, o que encarece a operação. Há 250 milhões de contas digitais para um número menor de pessoas. “O grande desafio não é ter a conta digital, mas o share of wallett. Nesse aspectos temo vantagens de poder oferecer incentivos com serviços próprio. Há três aspectos a considerar: relacionamento, engajamento e rentabilização. Esta vai ocorrer por meio de serviços financeiros e de telecomunicações”, diz Santos. (Via Digital Money Informe)

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Carmen Nery

Jornalista especializada na cobertura dos setores de tecnologia, inovação, varejo, infraestrutura e finanças, formada pela UFRJ com MBA em Gestão pelo IBMEC especialização em comunicação corporativa pela Cândido Mendes.

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