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Ciena quer aproveitar mercado de cabos submarinos aquecido

Novas empresas começam a operar cabos no Brasil este ano, numa resposta à dificuldade dos consórcios já estabelecidos em fazer upgrade de suas redes.
Patricia Vello_Ciena
Patricia Vello, CEO da Ciena no Brasil

A Ciena, fornecedora de soluções para redes de transporte, vê com bons olhos a chegada de novos cabos submarinos ao Brasil. Apenas neste ano estão previstas a inauguração de ao menos quatro cabos: Monet, Junior, Seabras-1 e Ellalink, da Telebras.

Essa multiplicação dos cabos no Brasil tem forte relação com o que está acontecendo mundo afora, em um período de crescimento exponencial do tráfego de dados. Por aqui, conforme a Ciena, 99% dos dados que transitam rumo ao exterior ou vêm de fora passam pelos cabos sob o oceano atlântico e mar do Caribe. O restante vem de satélites e redes terrestres com países vizinhos.

Ano passado, a receita da Ciena com soluções para iluminar cabos submarinos cresceu 9%, tendência que deve se repetir em 2017. A empresa não abre dados específicos para o Brasil. Mundialmente, teve faturamento de US$ 2,6 bilhões em 2016, lucro líquido de US$ 215 milhões – ambos registraram crescimento.

Segundo Patricia Vello, CEO da Ciena no Brasil, o foco este ano, no que tange os cabos submarinos, é ampliar as vendas de duas soluções: a GeoMesh, que amplia a distância percorrida por um sinal óptico, e o BluePlanet, software que permite, entre outras coisas, a contratação sob demanda de capacidade em um cabo. “Esta solução já está entrando em operação comercial no cabo Southern Cross, que liga austrália à Nova Zelândia”, conta.

Cabos novos vs. antigos
Os novos cabos submarinos chegam ao país com mais capacidade do que os já existentes. Mas não precisava ser assim. Patrícia conta que, com a tecnologia de hoje, seria possível atualizar cabos lançados no começo dos anos 2000. Porém, por essa infraestrutura ser detida por consórcios de empresas, não conseguem concordar nos termos para contratar um upgrade. O resultado, com aumento da demanda por dados, é a abertura de oportunidades para as entrantes.

“Nós temos feito vários exercícios com operadoras sócias e participantes de consórcios, com cabos de 1999, 2000, mostrando que é viável ampliar a capacidade de um cabo 10G para 400G ou até 1 Tera”, diz a executiva. A Telefónica foi a única a atualizar seu sistema,  o SAm-1, ainda em 2013. “Os cabos pertencem a mais de uma operadora, que precisam mostrar apetite para investir ao mesmo tempo”, conclui.

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