CEO da Oi diz que concessões são “âncoras” que retardam investimentos em novas áreas

Rodrigo Abreu reiterou em evento do setor que o regime público fazia sentido no passado, mas deixou de ser sustentável

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As concessões de telefonia fixa trazem obrigações e custos desatualizados, que compelem a empresa a migrar do modelo de concessão para de autorização, afirma o CEO da Oi Rodrigo Abreu, hoje, 14, no Painel Telebras.

“A concessão foi absolutamente crítica no começo da privatização para fazer com que o mundo de telecom crescesse de maneira completamente diferente do passado. Mas, desde então, deixou de ter sustentabilidade”, analisa. O processo de privatização do setor começou com a aprovação da Emenda Nº8 à Constituição Federal em 1995 que permitiu a outorga de concessões para exploração dos serviços de telecom.

Hoje, essas concessões são como “âncoras” e estão retardando investimentos em tecnologias mais atuais como a fibra e serviços digitais, diz o CEO. Abreu também defende que a migração do modelo de concessão para atualização é forma de cumprir as obrigações do início da concessão. Ao mesmo tempo, o processo garantiria um “ambiente equilibrado de investimentos que permita a empresa olhar pra frente”.

O compromisso arbitral iniciado em agosto deste ano do qual participam Oi e Anatel faz parte desse processo. A operadora solicitou a arbitragem após divergências com o regulador sobre obrigações da concessão. De acordo com Abreu, a expectativa é de que o processo viabilize maiores discussões sobre as demandas da companhia, libertando-a da “âncora da concessão”.

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Ramana Rech

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