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Leilão

CEO da Brisanet defende regionalização dos 700 MHz

José Roberto Nogueira diz que ISPs querem a faixa em blocos menores para conectar áreas rurais.

O CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, considerou positiva a proposta do conselheiro Carlos Baigorri, da Anatel, para o leilão de 5G.

Para o executivo, que conversou com o Tele.Síntese, a adição de um cronograma de limpeza para as cidades atendidas por compradores dos lotes regionais de 3,5 GHz vai acelerar a implantação das novas redes móveis no Brasil. A Brisanet é hoje a sexta maior operadora de banda larga do país, com 624 mil clientes, e planeja sua entrada no mercado móvel.

Nogueira defende que alguns pontos do edital ainda podem ser aperfeiçoados, uma vez que o processo atravessa pedido de vista até 24 de janeiro. Apesar de ter três votos a favor da proposta apresentada no começo desta semana, o regimento da Anatel permite revisão.

A seu ver, a destinação dos 700 MHz deveria incentivar a expansão da cobertura rural. Ele considera difícil que haja comprador para o lote nacional na primeira rodada, e propõe que na segunda rodada haja divisão regional. Dessa forma, os ISPs poderiam arrematar e usar o espectro para cobrir áreas onde as grandes não têm interesse.

Duas rodadas

Pelas regras colocadas por Baigorri, 10 + 10 MHz da faixa de 700 MHz serão colocados à venda na primeira rodada do leilão. Não podem participar neste momento nem Claro, nem TIM, nem Vivo, uma vez que já detêm espectro na faixa. A Oi também fica impedida por estar em transição de controle acionário.

A segunda rodada acontece se não aparecer interessado na primeira. Então há divisão do bloco em dois lotes nacionais de 5+5 MHz. Na apresentação do conselheiro, está escrito que nenhuma das atuais teles poderá arrematar nem mesmo estes lotes. O Tele.Síntese apurou, no entanto, que isso foi um erro na elaboração da apresentação, e que a minuta permite, sim, quem já detém fatia da faixa entrar na disputa, desde que não extrapole o spectrum cap estabelecido na Resolução 703, de 2018.

Seja como for, para Nogueira, esse espectro é ideal para a cobertura de grandes áreas com menor densidade populacional. E os ISPs, com acesso a lotes regionais, poderiam levar banda larga móvel aos rincões. “Se não aparecer comprador na primeira rodada dos 700 MHz, não vejo problema em propor a venda em lotes regionais na segunda. E acho até que poderia ter um compromisso de aplicação do ágio desses lotes regionais em cobertura rural”, resume o executivo.

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