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Casa Branca cria programa de pesquisa em redes móveis

Iniciativa prevê investimento de até US$ 400 milhões na próxima década, parcerias público-privadas, e foco no desenvolvimento de soluções para a 5G e com ondas milimétricas.
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Barack Obama e a esposa, Michelle, dançam com personagens do filme Star Wars (Foto: Casa Branca / Lawrence Jackson)

O governo dos Estados Unidos vai destinar US$ 435 milhões à pesquisa de redes móveis no próximos dez anos. O programa, chamado de Iniciativa de Pesquisa Avançada Sem Fio, criará quatro zonas de teste em escala urbana. O anúncio aproveita a repercussão da decisão tomada ontem, pela FCC, de conceder grandes lotes de frequência para as operadoras móveis explorarem a 5G no futuro próximo.

O programa prevê investimento de US$ 85 milhões nas plataformas de teste, em modelo de parceria público-privada, com 20 empresas e associações. Outros US$ 350 milhões serão aportados ao longo dos próximos sete anos em pesquisa acadêmica que usam as plataformas de teste.

A expectativa da administração de Barack Obama é que a empreitada contribua para o desenvolvimento de celulares e tablets capazes de baixas dados 100x mais rapidamente que os atuais que usam LTE; criar novos produtos em medicina, como telemedicina, veículos automatizados e drones capazes de coletar dados vitais dos pacientes antes que cheguem aos hospitais; criar uma rede de carros autônomos; equipar fábricas máquinas com sistemas inteligentes de auto-diagnóstico e reparo; fornecer banda larga sem fio de ao menos 1 Gbps a empresas, escolas, shppings, parques e outros espaços públicos; e permitir o uso de realidade virtual em simuladores para treinamento remoto de funcionários e serviços essenciais, como de energia.

As pesquisas serão em campos como ondas milimétricas, redes definidas por software, plataformas de larga-escala e redes de latência ultra-baixa. Entre as empresas que já se comprometeram a participar da iniciativa estão AT&T, Intel, Juniper Networks, National Instruments, Nokia, Oracle, Qualcomm, Samsung, Sprint, T-Mobile, Verizon e Viavi Solutions. A iniciativa também tem apoio das associações setoriais da indústria de telecomunicações dos EUA, como ATIS, TIA e CTIA.

Esta deve ser a última grande iniciativa de Obama para o setor de telecomunicações norte-americano. Ele deixa a presidência do país este ano, com a eleição de Hillary Clinton ou Donald Trump, candidatos dos partidos Democrata e Republicano, respectivamente. Pouco depois de assumir o comando dos EUA, Obama criou um programa de recuperação econômica que destinou US$ 5 bilhões à expansão da banda larga no país.

O investimento, diz a Casa Branca, resultou na contrução de 114 milhas de infraestrutura de banda larga. Ele também ordenou a destinação de 500 MHz de espectro usado por órgãos federais às operadoras móveis. Metade disso já foi leiloado, levantando US$ 40 bilhões. Mais 126 MHz estão em disputa. Em contrapartida, as operadoras do país investiram US$ 150 bilhões, desde 2010, em cobertura LTE – disponível para 98% da população.

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