Segundo Cristiano Amon, vice-presidente executivo da Qualcomm Technologies, a expectativa por banda do usuário só cresce, bem como seu consumo. Ele estima que 72% do tráfego móvel em 2019 será gerado por vídeo. E com o crescimento da internet das coisas, a companhia estima entre 25 bilhões e 50 bilhões de aparelhos conectados à rede em 2020. “A capacidade da rede deverá aumentar 1000x até lá”, disse.
Amon falou hoje, 27, durante a Futurecom 2015, evento do setor de telecomunicações que acontece em São Paulo até 29 de outubro. A solução será liberar mais espectro e agregar portadoras. “A agregação de portadoras precisa de mais banda para aumentar a velocidade ao usuário, mas também aumenta a eficiência e a cobertura da rede”, ressaltou. Segundo ele, a agregação está no plano de investimentos de 142 operadoras, em 62 países. Com isso em mente a companhia desenvolveu o chipset Snapdragon 820, lançado em setembro e que deve chegar ao mercado, nos smartphones, no segundo trimestre de 2016.
“Colocamos dentro do modem a combinação de agregação de portadora a 600 mbps, agregando três portadoras LTE, e com WiFi de três bandas, em 2,4 GHz, 5 GHz, e de 60 GHz, que permite velocidade de até 5 Gbps em curtas distâncias”, lembrou Amon.
Além das portadoras, Amon aposta as fichas na liberação do uso do espectro não licenciado e em tecnologias que permitam aos celulares migrar das redes móveis ao WiFi de maneira transparente e imperceptível ao usuário. “Isso permite aumentar a banda disponível ao usuário, e oferece novos serviços, como por exemplo, acesso a internet no ambiente corporativo no lugar da rede própria da empresa”, disse.
Ele destacou que o espectro não licenciado está sendo padronizado para que todos os operadores de telefonia móvel possam combiná-lo com o licenciado. “O uso combinado de espectro é uma realidade. Hoje nós não enxergamos diferença entre uma rede móvel e WiFi. Os chips da Qualcomm integram conectividade de espectro licenciado e não licenciado. Os sistemas já não falam mais em LTE e WiFi, mas em operação conjunta”, frisa. A Qualcomm produz cerca de 60% dos modens que equipam os celulares do mundo.
Amon lembrou que não será o 5G responsável pelo aumento da capacidade, mas o 4G. “O 5G tem o papel de atender a missão crítica, de assegurar conectividade em 99,99% do tempo. Isso será fundamental para novas aplicações, como os carros autônomos”, lembrou. Antes disso, para transmissão de dados, o executivo calcula que nenhum carro saia de fábrica sem um modem 4G a partir do final de 2016.