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Call center Vikstar, ex-terceirizado da Vivo, atrasa salários

Vivo encerrou contrato com o call center em 18 de março

O call center Vikstar deixou de pagar o salário de março dos seus funcionários. Com unidades em Teresina (Piauí), São Paulo e Votuporanga (SP), e Londrina (PR), a empresa tem cerca de 8 mil empregados. A maioria se dedicava à prestação de serviço terceirizado para a Telefônica Vivo.

O Tele.Síntese tentou contato com a Vikstar, em diferentes números, sem sucesso. Em conversa com representantes dos sindicatos, apurou que os problemas financeiros do call center começaram há cerca de 3 anos. Em 2018, a TIM encerrou contrato de fornecimento. Desde então, houve demissões em massa, falta de pagamento de benefícios de parte dos demissionários. Em 2020, a empresa começou a atrasar o parcelamento da quitação de compromissos assumidos perante Ministério Público.

A situação se agravou em março, com encerramento de contrato da Telefônica Vivo, que representava de 90% a 100% das receitas do call center. Aos sindicatos, a Vikstar afirmou que a Vivo não pagou pelo serviço prestado no último mês.

A operadora nega: “A Telefônica informa que efetuou pagamentos à Vikstar com base no contrato de prestação de serviços terceirizados de call center, que foram inclusive antecipados à empresa. A Telefônica tem uma postura consciente e responsável e cumpre à risca os compromissos assumidos com seus fornecedores”, diz.

A Telefônica diz que o encerrou o contrato em 18 de março com a Vikstar por problemas com a qualidade do serviço prestado pelo fornecedor, já reflexo da sua “deterioração financeira”. Os atendimentos que eram feitos ali foram remanejados para outros call centers próprios e de terceiros da operadora.

O Tele.Síntese apurou que, aos sindicatos, a Telefônica informou ter pago proporcionalmente 50% do valor contratual firmado com a Vikstar, em linha com o período de serviço prestado naquele mês. E que o montante pago seria o equivalente ao dobro da folha de pagamento do call center.

A operadora participou de reuniões com os sindicatos. Em comunicado oficial, afirma que vai apoiar a recolocação dos trabalhadores. “Com uma postura consciente e responsável, a Telefônica buscará contribuir na realocação dos funcionários da Vikstar, indicando-os para eventual aproveitamento por outros fornecedores”, afirma.

No Piauí, pelo menos 60% dos 2,4 mil trabalhadores do call center aderiram à greve iniciada nesta semana. O paro é organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Piauí (Sinttel-PI) e Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações (Fibratel).

No Paraná, a orientação é não parar. Para o Sinttel-PR, a suspensão dos serviços de encerramento das atividades para a Vivo pode prejudicar o trabalhador do call center. Em Londrina a Vikstar tem cerca de 1 mil trabalhadores contratados.

E em São Paulo, onde fica a maior operação do call center, com  cerca de 3 mil pessoas, não há greve instalada. Haverá assembleia nesta terça-feira, 12. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (Sintratel), em São Paulo, Marco Aurélio de Oliveira, há negociações em andamento com a Vivo. O objetivo dessas conversas são encontrar uma solução para não “ser necessário acionar a operadora como subsidiária no futuro”.

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