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Cade libera compra da Copel Telecom pelo fundo Bordeaux

Superintendência-geral identificou riscos de sobreposição horizontal e integração vertical, mas concluiu que há forte competição no Paraná e que capacidade ociosa na infraestrutura da Copel e da Sercomtel reduz interesse do Bordeaux em adotar condutas anticompetitivas.

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A Superintendente-Geral Substituta Patricia Sakowski, do Comitê Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aprovou sem restrições a compra da Copel Telecom pelo fundo de investimento Bordeaux Participações, que tem entre os principais acionistas o empresário Nelson Tanure.

O fundo comprou o braço de telecomunicações da estatal paranaense de energia elétrica em dezembro de 2020, após leilão disputado palmo a palmo com a operadora mineira Algar Telecom. Pelo ativo, o Bordeux pagará R$ 2,4 bilhões. A Anatel já aprovou a operação em maio.

A SG do Cade chegou a fazer consultas ao mercado devido ao fato de que o grupo de telecomunicações formado pelo Bordeaux, que adquiriu também a Sercomtel ano passado, ter mais de 20% de participação de mercado em algumas cidades do Paraná.

A operação resulta em sobreposição horizontal em SCM e em infraestrutura de telecom em 15 municípios do estado do Paraná, identificou. E de integração vertical em outros. Ainda assim, o Cade entendeu que a fusão com a Sercomtel não altera de forma substancial a competição no Estado, onde há ainda presença de Claro, Oi, TIM, Vivo e Algar Telecom, além dos ISPs. Além disso, quanto à infraestrutura, Copel e Sercomtel não apresentam poder de mercado significativo.

“A rivalidade existente é suficiente para mitigar o risco de fechamento do mercado nos municípios em que ambas as Requerentes possuem infraestrutura de rede de telecomunicações”, afirma a SG.

A SG ainda afirma que Copel e Sercomtel “operam com considerável capacidade ociosa em seus backhauls, o que indica a ausência de incentivos para que o Grupo Comprador, após a Operação, tente adotar condutas restritivas à concorrência, particularmente diante da presença de outros agentes relevantes que também dispõem de infraestrutura de redes de telecomunicações no estado do Paraná”.

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