Brisanet adia planos de 5G para o segundo trimestre de 2023

Para o próximo ano, operadora nordestina planeja manter postura comedida em relação à expansão da infraestrutura de redes, apostando que estrutura vigente é capaz de adquirir novos clientes
Brisanet adia a venda do 5G
Brisanet deve começar a vender pacotes de dados 5G entre abril e junho de 2023 (crédito: Freepik)

A Brisanet informou, nesta quinta-feira, 17, que deve começar a vender o serviço de conexão 5G no segundo trimestre de 2023. A data representa um adiamento em relação à previsão inicial, que mirava o mês de março do próximo ano.

O prognóstico foi compartilhado por Roberto Nogueira, CEO da operadora nordestina, em conferência com acionistas sobre os resultados do terceiro trimestre deste ano, quando a empresa voltou ao azul.

O executivo, no entanto, não apontou o mês em que a empresa planeja, de fato, começar a vender pacotes de dados 5G, limitando-se a dizer que deve ocorrer entre abril e junho do próximo ano.

“A ativação do 5G comercial, pôr o produto no mercado, estava estimada para o primeiro trimestre, com previsão para março. Vamos esticar um pouco mais esse prazo, em função da integração de todo o sistema”, afirmou o CEO.

Nogueira ressaltou que o adiamento ocorre em função da habilitação da infraestrutura, como torres e antenas de 5G, e de uma plataforma de gestão e processamento de dados, recém-adquirida pela operadora, entrar em pleno funcionamento.

“Ativar comercialmente e vender, só no segundo trimestre”, reafirmou o executivo.

EXPANSÃO DA REDE

A expectativa da Brisanet é de que o 5G comece a gerar receita por volta do meio do próximo ano.

A operadora, no entanto, já está se preparando para ativar a conexão. De janeiro a setembro de 2022, a empresa investiu R$ 527,2 milhões, dos quais 31% foram destinados a equipamentos de quinta geração de internet móvel. Os desembolsos totais devem chegar a R$ 741 milhões neste ano e ficar entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão no ano que vem.

A empresa revelou que a receita não deve ter uma alta significativa no próximo ano. O EBTIDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, deve se manter próximo ao resultado do terceiro trimestre, quando registrou R$ 118,6 milhões.

Para melhorar os números e voltar a operar no azul, a Brisanet reduziu a ampliação da rede de fibra óptica, diminuindo os custos de pré-operação. Ainda assim, a operadora, que já conta com mais de 1 milhão de assinantes de banda larga, espera fechar o ano com 250 mil novos clientes, contingente que planeja repetir em 2023.

“Vamos diminuir mais o investimento em fibra no próximo ano”, sinalizou Nogueira. “A Brisanet tem rede construída para muito mais [do que 250 mil novos clientes]. Caso tenhamos mudanças positivas no futuro, essa será uma das nossas vantagens, pois somos uma empresa que tem crescimento orgânico. Construímos a infraestrutura, e os clientes vêm nos período seguintes”, acrescentou o CEO.

Além disso, o executivo destacou que o nível de alavancagem da empresa, medido pela dívida líquida sobre o EBTIDA, deve ser mantido em duas vezes.

“Até o meio do que que vem, não precisamos investir em equipamentos de 5G, a não ser acessórios. Se o cenário econômico melhorar e a resposta da base de clientes surpreender, a empresa pode acelerar mais o investimento em 5G, mas não ultrapassando 2,5 vezes [o endividamento]”, afirmou o CEO da Brisanet.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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