Brasil ajudará a puxar indústria global de IoT até 2032, diz Gartner

Projeção indica que instalação de dispositivos conectados no País cresce a uma taxa anual de 13,5%, atrás somente da África Subsaariana e da Ásia
Indústria de IoT no Brasil é uma das que mais crescem no mundo, diz Gartner
Marcus Pinheiro, executivo do Gartner, apontou que Brasil está entre os principais mercados de IoT no mundo

Em franca expansão, a quantidade de dispositivos com conexão de Internet das Coisas (IoT) deve duplicar no período de dez anos, contado a partir de 2023. Projeção do Gartner indica que os aparelhos conectados devem somar 20 bilhões em todo o mundo até 2032, com o Brasil sendo um dos grandes responsáveis pelo ganho de escala do setor.

Pesquisa da consultoria especializada em Tecnologia da Informação (TI) indica que o número de aparelhos com suporte à IoT chegou a 8,5 bilhões no ano passado. Levando em conta todas as regiões do mundo, a estimativa é de que este ano termine com 10 bilhões de dispositivos conectados.

“O Brasil cresce em uma proporção impressionante em relação ao mundo”, apontou Marcus Pinheiro, executivo líder em Telecomunicações do Gartner Brasil, nesta quinta-feira, em painel do evento IoT e as Redes Privativas, realizado pelo Tele.Síntese. “A nossa região é a terceira que mais cresce em todo o mundo até 2032, a uma taxa de 13,5% ao ano”, complementou.

De acordo com o Gartner, em termos de aparelhos conectados, o ritmo de instalação no País só fica atrás dos projetados para a África Subsaariana, com 17%, e a Ásia, onde os dispositivos de IoT devem ter alta anual de 15% – a estimativa para o continente não inclui a China.

Pinheiro ainda destacou que, apesar dos avanços na implementação do 5G, tecnologias antecessoras devem continuar liderando as conexões de IoT.

“De certo, a maioria dessas conexões está em 4G ainda. E a pesquisa aponta que vão ficar, assim como em 3GPP e LPWA”, sinalizou. “Os casos de uso efetivos em 5G começaram há pouco tempo. Os grandes volumes começaram pela indústria automobilística”, acrescentou.

Vida útil

O diretor de Inovação da Datora Arqia, Daniel Fuchs, que defendeu a interconexão entre aparelhos de IoT de marcas distintas, o que não é comum atualmente, compartilhou estimativas sobre o tempo de vida dos dispositivos com essa tecnologia.

Com base na experiência de mercado, ele indicou que, em média, soluções de rastreamento veicular e telemetria duram de dois a três anos. Bastante difundidos no Brasil, os POS (point of sale), como as maquininhas de cartão, têm um tempo de vida um pouco mais longo, chegando a cinco anos. No caso de IoT utilizada em infraestrutura, a expectativa é de dez anos, ainda que exista variação considerável conforme o setor.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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