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Balanço

Prejuízo da Oi cresce 70% em um ano. Receita do STFC cai pela metade.

Resultados da Oi no segundo trimestre mostram expansão na fibra, porém em ritmo menor que o declínio da concessão de STFC

Crédito: Freepik

A Oi divulgou na noite desta quinta-feira, 10, os resultados do segundo trimestre de 2023, no qual o prejuízo de cresceu 69,9% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 845 milhões.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, encolheu 65,5% na comparação ano a ano, para R$ 133 milhões. O desempenho só não foi pior porque a empresa se beneficiou da valorização do real frente ao dólar, o que resultou em um resultado cambial positivo de R$ 569 milhões.

A situação delicada do grupo, que está em recuperação judicial, prossegue. O fluxo de caixa operacional foi negativo em R$ 134 milhões, melhor do que o resultado negativo de R$ 647 milhões um ano antes, mas ainda no vermelho.

A companhia segue cortando custos. Terminou junho com redução de 2,1% nas despesas, que somaram R$ 2,3 bilhões. Houve cortes com pessoal, interconexão, serviços de terceiros, manutenção de rede, publicidade e propaganda. Aumentaram gastos com aluguel e seguros, devedores duvidosos.

A receita líquida do grupo caiu -11,2% no trimestre. Totalizou R$ 2,43 bilhões. Desconsiderando a existência no grupo da Infraco em junho de 2022, para melhor comparação com a estrutura atual da empresa, a queda da receita foi de 3,1%.

A Oi Fibra apresentou 15,3% de crescimento ano contra ano, fechando o trimestre com uma receita líquida de R$1,1 bilhão, mantendo crescimento “duplodígito”, desempenho positivo reiterado por mais de 20 trimestres consecutivos.

O avanço da base de acessos de fibra continuou a ser o maior propulsor das receitas da Nova Oi. No trimestre, adicionou 60 mil acessos em relação ao começo do ano. A Oi Soluções totalizou uma receita líquida de R$ 705 milhões no segundo trimestre, crescendo 2,8% ano a ano.

A concessão perdeu 50,3% da receita em um ano, atingindo agora receita de R$ 250 milhões. O resultado foi reflexo da redução da base de serviços ligados à rede de cobre, decorrente da obsolescência da telefonia fixa e banda larga xDSL, de baixa velocidade e fidelidade por parte dos clientes.

“Registramos avanço nos nossos principais indicadores tanto em fibra como no B2B. Isso nos ajuda a compensar quase que totalmente o grande impacto causado pela continuada e acentuada queda das receitas baseadas no STFC, que como temos dito, precisa ser equacionado como parte dos esforços de solução da concessão”, destacou o CEO da companhia Rodrigo Abreu.

A dívida da companhia de curto prazo saltou 441,8%, passando de R$ 382 milhões no segundo trimestre de 2022, para R$ 2 bilhões agora, e relaciona-se ao empréstimo ponte tomado junto a credores este ano.

“Este primeiro aporte reforçou nossa posição de caixa, e seguimos trabalhando para que possamos apresentar os termos definitivos de nosso plano de recuperação, em função das negociações em curso com os diversos credores“, explicou Abreu.

A dívida líquida da companhia somava R$ 21,19 bilhões, alta de 31,5% na comparação anual. A posição de caixa era de R$ 2,55 bilhões, melhor em relação ao primeiro trimestre do ano, quando tinha em reservas R$ 1,8 bilhão. Esse efeito positivo é decorrente da entrada na segunda recuperação judicial e do empréstimo tomado em junho.

Os passivos totais do grupo somavam R$ 53,39 bilhões. E o patrimônio líquido era negativo em R$ 23,96 bilhões.

Em termos operacionais, a companhia terminou o trimestre com 4,1 milhões de casas conectas com fibra, 10% a mais que no mesmo trimestre de 2022.

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