Balbino: leilão 5G será o início de um novo cenário competitivo no setor

Ele explica que a competição no Brasil mudou muito a partir de 2012 com o leilão de 2,5 GHz. E o mercado precisa pensar no que o leilão do 5G vai trazer em termos de competição e de que forma o jogo vai mudar.

Abraão Balbino, superintendente de competição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), afirmou hoje, 20, que a saída da Oi do mercado deve ser analisada sob amplos aspectos e não há um número mágico de competidores. Para ele, não necessariamente quanto mais agentes melhor para a competição, pois muitas vezes se houver um custo de retenção grande dada a quantidade de players pode destruir valor.

“Qual a pressão sobre os preços que a concentração vai gerar? Isso certamente pode gerar em remédios caso a pressão seja alta. Também devemos avaliar qual a infraestrutura e a concentração de espectro decorrentes. E a capacidade do mercado reagir e se reconfigurar. Nesse aspecto, é fundamental o leilão de 5G. Não dá para dissociar os processos, cada nova geração tecnológica não reinicia o jogo, mas cria um novo jogo” defendeu Abraão ao participar de live promovida pelo Facebook.

Ele explica que a competição no Brasil mudou muito a partir de 2012 com o leilão de 2,5 GHz. E o mercado precisa pensar no que o leilão do 5G vai trazer em termos de competição e de que forma o jogo vai mudar.

“Não dá para olhar para um ato de concentração sem ver outras questões que circunda o contexto. Estamos trabalhando o leilão numa perspectiva habilitadora da competição, privilegiando também os pequenos e os compromissos de abrangência. Acreditamos que a competição continuará sendo significativa mesmo após o leilão e com a concentração”.

Ele observou que a Anatel buscou nos últimos cinco anos aprimorar sua visão, segmentando o Brasil em áreas competitivas, moderadamente competitivas, potencialmente competitivas e não competitivas. O objetivo é compreender o que precisa ser feito em cada área e quais são as falhas de mercado que demanda intervenção.

“Em áreas com IDH e PIB muito baixos, existem questões anteriores à competição que precisam ser trabalhadas. No campo, existem os grandes produtores em condições de arcar com múltiplas estruturas e áreas que precisam de outro tipo de solução”, diz o superintendente.

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Carmen Nery

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