B3 tem lucro de R$ 4,7 bi em 2021, alta de 13,6%

Durante o ano de 2021 foram realizados 46 IPOs e 26 follow-nos na B3, que no total somaram R$ 130,5 bilhões.
B3 tem lucro de R$ 4,7 bi em 2021, alta de 13,6% - Crédito: Divulgação
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A B3, que opera a bolsa de valores brasileira, registrou lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 4,7 bilhões no ano de 2021, uma alta de 13,6% frente ao lucro reportado em 2020. A receita líquida foi de R$ 9,2 bilhões, com alta de 10,3%.

No mercado de ações e instrumentos de renda variável listados, os destaques foram os crescimentos de 14% no volume financeiro médio diário negociado no mercado à vista de ações (ADTV) e de 56,4% no volume de contratos futuros de índice de ações.

No mercado à vista, a alta refletiu a maior capitalização média de mercado, influenciada pelas ofertas públicas realizadas e pela recuperação do valor das ações listadas no segmento, depreciado em 2020 devido à pandemia. Durante o ano foram realizados 46 IPOs e 26 follow-ons, que somaram R$ 130,5 bilhões.

Os volumes de emissões e o estoque de instrumentos de captação bancária registrados no período cresceram 5% e 14,2%, respectivamente, em função do crescimento de emissões de CDBs, que representaram 75,4% das novas emissões de captação bancária durante 2021, e das consecutivas altas na taxa básica de juros, que contribuíram para o aumento no volume financeiro em estoque.

Já o estoque médio de instrumentos de dívida corporativa aumentou 6,5%, com as debêntures de leasing representando 21,3% do estoque médio de dívida corporativa em 2021. Outro destaque do mercado de renda fixa foi o crescimento do Tesouro Direto, cujo número de investidores e de estoque em aberto apresentaram altas de 22,3% e 4,7%, respectivamente.

Resultados do trimestre

No quarto trimestre de 2021, as receitas somaram R$ 2,4 bilhões, o que representa queda de 4,2% na comparação com o quarto trimestre de 2020, quando os números foram impactados positivamente por reversão de provisões não recorrentes. O lucro líquido recorrente atingiu R$ 1,2 bilhão, aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O último trimestre do ano foi marcado por uma série de lançamentos de novos produtos e serviços. No segmento de ações, foram lançados mais de 15 Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), nova categoria de FIIs voltada para aplicação em ativos de investimentos do agronegócio. No segmento de derivativos listados, foi lançado um novo contrato Futuro de Soja Brasil, desenvolvido em parceria com a CME, controladora da Bolsa de Chicago, que tem como referência o preço de exportação no porto de Santos.

Outra novidade foi o desenvolvimento da negociação de contratos futuros referenciados nos índices que acompanham grandes empresas da Europa: o Euro Stoxx 50, composto pelas principais companhias da Zona do Euro, e o DAX, que reúne as 40 maiores empresas da Bolsa de Frankfurt. No segmento de balcão, a B3 também deu início aos serviços de negociação e depósito de notas comerciais escriturais, título de dívida corporativa que pode ser emitido por sociedades anônimas, limitadas ou cooperativas.

“No final de 2021, atingimos a marca de 5 milhões de contas de investidores pessoa física, crescimento de 54% em relação ao fim de 2020. E, mesmo com o aumento das incertezas no mercado de capitais, a B3 continuou apresentando altos volumes negociados em suas plataformas. No segmento de ações, o ADTV totalizou R$ 31,5 bilhões, e no segmento de derivativos listados, a média diária foi de 4,3 milhões de contratos, números estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior”, comenta Gilson Finkelsztain, CEO da B3.

Receita do segmento Listados

No quarto trimestre de 2021, o segmento de listados obteve receita de R$ 1,6 bilhão (67,7% do total) e registrou queda de 5,5%. Os destaques foram o crescimento de 44,9% no volume de contratos futuros de índice de ações e o desempenho do volume financeiro médio diário negociado no mercado à vista de ações (ADTV), que se manteve estável mesmo em um cenário de juros mais altos.

No mercado à vista, o ADTV foi influenciado pela alta na capitalização média de mercado, como consequência das ofertas públicas realizadas nos últimos 12 meses. O giro de mercado (turnover) foi de 164,8%, recuando em relação aos elevados patamares registrados no mesmo período do ano anterior. No caso dos contratos futuros, o desempenho positivo é explicado pelo crescimento da negociação da versão mini desses contratos, principalmente por pessoas físicas e investidores de alta frequência (High Frequency Traders – HFT).

(com assessoria)

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Redação DMI

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