B3 quer inclusão e diversidade nos conselhos de empresas

A ideia é que as empresas listadas na B3 elejam ao menos uma mulher e um membro de grupo minoritário para cargo no conselho ou na diretoria.
B3 quer inclusão e diversidade nos conselhos de empresas - Crédito: Divulgação
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Até o dia 16 de setembro, a B3, a bolsa brasileira, receberá contribuições da sociedade para o estabelecimento de regras para aumentar a diversidade de gênero e de representatividade em cargos de alta liderança nas empresas brasileiras.

A proposta foi colocada em audiência pública na semana passada e pretende fazer com que as empresas listadas na B3 elejam ao menos uma mulher e um integrante de um grupo minoritário para exercer um cargo no conselho de administração ou na diretoria estatutária. Como integrantes desse grupo, a B3 listou pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência.

Um relatório da ONU Mulheres, com dados de 120 países, revelou que 74% das mulheres se interessam por ciência e tecnologia, engenharia, matemática, carreiras ditas masculinas, mas apenas 30% escolhem essas áreas na educação superior.

O Brasil, no entanto, está entre os 10 países com o maior número de mulheres empreendedoras, ocupando o 7º lugar no mundo, segundo dados Sebrae e da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Quando os respondentes foram questionados sobre o número de lideranças femininas no quadro de colaboradores, 40,9% deles responderam que a presença feminina chega a até 10% na empresa e apenas 22,7% afirmaram que a presença delas ultrapassa a marca de 50%.

A B3 receberá as contribuições por meio do e-mail da entidade. A previsão é de que o texto final, já com as regras determinadas, possa entrar em vigor no ano que vem.

Segundo a B3, a proposta prevê que as companhias que não conseguirem avançar nessa ação terão que indicar ao mercado e aos investidores em geral os motivos que inviabilizaram essas regras, em um mecanismo conhecido como ‘pratique ou explique’.

A proposta prevê que as empresas teriam até dois anos, após a norma entrar em vigor, para se adequarem às regras. Ou seja, até 2025 elas precisam comprovar a eleição do primeiro membro ou apresentar justificativas para o não cumprimento da medida.

Das 423 companhias listadas atualmente na B3, cerca de 60% não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários e 37% não têm nenhuma mulher em seu conselho de administração. Ainda não há dados sobre raça e etnia, mas um levantamento feito com 73 companhias mostrou que 79% delas responderam ter até 11% de pessoas negras em cargos de diretoria.

(com Agência Brasil)

 

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Redação DMI

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