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Aumento de capital não cobre empréstimos da União à Telebras

Operadora convoca assembleia para votar capitalização da empresa, de R$ 1,33 bilhão. Proposta foi revista e ampliada, comparada à que estava em pauta no primeiro semestre.

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A Telebras convocou seus acionistas para a assembleia que vai decidir se haverá ou não aumento de capital da empresa. A assembleia acontece dia 26 de setembro, às 15h, na sede da operadoras, em Brasília. A estatal esperava votar o aumento em junho, mas reformulou a proposta. Agora, ampliou o valor a ser arrecadado em cerca de R$ 35 milhões, e quantidade de novas ações a serem emitidas em 10 milhões (entre ordinárias e preferenciais).

O dinheiro da capitalização, R$ 1,3 bilhão, será usado para ressarcimento da União, que pagou pela expansão de projetos recentes da companhia. Entre os adiantamentos, estavam valores relacionados ao lançamento do satélite geoestacionário de defesa e comunicações (SGDC), expansão da infraestrutura de telecomunicações dentro do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), implementação do cabo submarino Brasil-Europa, e captação de clientes corporativos.

O aumento de capital, no entanto, não cobre totalmente os adiantamentos feitos pela União à Telebras. Conforme o último balanço da companhia, de junho, esses recursos, chamados AFAC, somavam R$ 2,5 bilhões. Valor, este, corrigido anualmente com base da taxa Selic. O valor do aumento foi limitado, no entanto, por decreto presidencial de outubro de 2016.

O novo aumento de capital

A nova proposta prevê aumento do capital social em R$ 1,33 bilhão. A Telebras estima emitir 37,7 milhões de novas ações, entre preferenciais e ordinárias. Ao todo, a empresa encerrará o processo com 49,6 milhões de ações, sendo 39,2 milhões ordinárias e 10,3 milhões preferenciais. O capital social, ao final, será de R$ 1,59 bilhão.

A nova ação ordinária vai custar R$ 37,10, e a preferencial, R$ 28,68. A empresa aplicou um deságio no valor sobre o preço praticado no mercado nos últimos meses, com objetivo de atrair minoritários para a compra. Dessa forma, pretende manter a atual proporção entre minoritários e controladores. Sobras após o exercício de preferência dos atuais sócios serão compradas pela União.

Hoje, a União detém 47,4% do total das ações da Telebras; a Finep, outros 27,28%; e o mercado 25,32%. Mas a União controla a empresa com 57,61% das ações ordinárias. A Finep possui 33,17% das ações com direito a voto e o mercado, 9,22%.

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