Ataque ao STJ é avaliado como o mais grave já ocorrido em órgão público no país

Fontes policiais confirmaram notícias publicadas por sites de que os  hackers que invadiram o sistema do tribunal tentaram pedir um resgate para desbloquear arquivos.

Autoridades do Executivo e do Judiciário avaliam que o ataque cibernético ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) realizado ontem, 4, já pode ser considerado o mais grave já dirigido contra uma instituição pública do país. Os hackers autores da invasão são apontados como responsáveis por ações semelhantes que tiraram do ar hoje, 5, os sites de  outras organizações estatais, a exemplo do Ministério da Saúde e do Governo do Distrito Federal.

Fontes da Polícia Federal e da Polícia Civil do DF afirmaram ao Tele.Síntese que o ataque foi o grave por envolver bloqueio de acesso a arquivos e computadores, indo além da retirada dos sites do ar.  Confirmaram notícias publicadas por sites sobre  informações de que os  hackers que invadiram o sistema do STJ tentaram pedir um resgate para desbloquear as senhas, o que não foi conseguido por empresas terceirizadas e pessoal interno.

Segundo os sites Jota e O Bastidor, eles também criptografaram todo o acervo de processos do tribunal e seus backups, além de terem bloqueado o acesso às caixas de e-mail de ministros.  De acordo com o JOTA, fontes ligadas ao tribunal  afirmaram ainda que há consenso entre os membros do STJ em não pagar nenhum valor. 

Até o início da noite de hoje, o STJ confirmou apenas o ataque cibernético com a retirada do site do ar. Não houve informações do tribunal sobre a extensão da ações dos hackers e consequências nem quanto ao suposto pedido de resgate. O STF informou que todos os prazos processuais administrativos, cíveis e criminais estão suspensos com data provável de volta ao funcionamento normal na próxima terça-feira (10/11).

Em mensagem enviada em grupos de WhatsApp do órgão, o presidente do tribunal, Humberto Martins, afirmou que estão sendo feitos todos os esforços técnicos para diagnosticar o ataque,  sua extensão, sequelas a debelar e perspectivas de retomada à normalidade. 

“Até que esse trabalho seja concluído, com rigorosa auditoria nos Sistemas, peço a todos que não liguem seus computadores/terminais, ainda que os pessoais, que estejam conectados com algum dos sistemas informatizados da nossa Corte, até ulterior aviso desta Presidência. Peço, igualmente, que recomendem aos seus respectivos servidores dos gabinetes que sigam esse mesmo padrão de conduta. Especialmente não utilizem a rede de e-mails do STJ”, diz a mensagem.

Por precaução, o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral reforçaram medidas de seguranças em seus sistemas digitais de informação e comunicação.

Força-tarefa

Uma fonte da PF informou ao Tele.Síntese que uma força-tarefa será criada envolvendo ainda a área de inteligência do Exército e o setor de Governo Digital do Ministério da Economia, além de representantes do Poder Judiciário.

Em comunicado, a PF informou que “as diligências iniciais da investigação já foram adotadas, inclusive, com a participação de peritos da instituição. Eventuais fatos correlatos poderão ser apurados na mesma investigação, que está em andamento na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal”. 

O Ministério da Saúde informou que os serviços prestados à população não foram afetados. Segundo a pasta, a causa do problema ainda não foi encontrada, mas descarta ataque e diz ser um “problema é interno”.  Acrescentou  que apenas parte do sistema da pasta está fora do ar. Detalhou ainda que o DataSUS está “investigando e também trabalhando para restabelecer o sistema”. 

A Secretaria de Economia do Distrito Federal (SEEC) identificou uma tentativa de ataque de hackers aos sistemas do Governo do DF. Segundo a pasta, os servidores ficaram indisponíveis e não há previsão de retorno. Mas avisou que não houve sequestros de dados.

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Abnor Gondim

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