As potencialidades da Oi, sem venda de bens

Mario Cesar Pereira de Araujo acha que a Oi tem muitas potencialidades: de rede, de capilaridade, de fibra óptica. Acha que a mudança no marco legal pode ajudar a empresa, mas não acredita que o fim da reversibilidade dos bens aconteça em curto prazo.

Mario Cesar Pereira de Araujo, que não gosta do título de “investidor” atrás da Oi, mas de “consultor” para os investidores ACGM e Íntegra, confirma que  estudando as potencialidades da concessionária, mas analisando o seu potencial de rede, de infraestrutura, de capilaridade, de presença nacional. O valor monetário, financeiro da companhia, afirma, não é com ele.

Executivo de muita experiência do setor – já liderou a TCO (operadora de celular do Centro-Oeste, uma das poucas que tinha o capital nacional) e a TIM – , em um diagnóstico rápido, ele afirma que, como brasileiro, acredita ainda na Oi.

Aponta que a empresa tem a maior rede de fibra óptica do país, tem o maior backbone, a maior capilaridade. “É… Também tem a maior dívida, mas dívida, não se paga, se financia”, brinca.

Brincadeiras à parte, ele acha que é possível uma saída para a Oi, desde que se encontre uma alternativa com os credores da dívida e algum cristo disposto a investir. Mas acha também que a discussão tem que sair dos holofotes, das páginas dos jornais. Acredita que, para surgir uma solução que atraia investidores saudáveis,  não poderá enfrentar sócios como o seu conhecido – e desafeto- Tanure (com quem já enfrentou outras batalhas na TIM).

Sabe da complexidade do problema – que só se agrava, quando, observa, na Holanda se descobre que não há acordo com a legislação brasileira, o que está motivando a “corrida” de diferentes credores para aquele fórum legal.

Reforma regulatória, no seu entender, é imprescindível para dar um pouco mais de racionalidade ao negócio, e um pouco mais de modernidade à Oi.  Mas não tem qualquer esperança de que se consiga, nesse momento, lidar com a reversibilidade dos bens.

Para ele, se se conseguir pelo menos acabar com as pesadas obrigações dos orelhões, continuar com a trajetória de se transformar as multas em TACs e transformar as concessões em autorizações, sem se preocupar em mexer com o patrimônio do Estado, já se estaria dando um grande passo para ajudar o processo da Oi.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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