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As aplicações e o tipo de conectividade são os maiores desafios da logística

O 5G abrirá novas possibilidades em relação à armazenamento, gestão de frotas, monitoramento de carga, mas 4G continuará fundamental, principalmente no campo, defendem especialistas

 

Crédito: Freepik
Crédito: Freepik

Conectividade é um fator determinante para as empresas de logística que querem implementar tecnologia como internet das coisas (IoT), inteligência artificial e automação. Especialistas revelam que o 5G abrirá novas possibilidades em relação a armazenamento, gestão de frotas e monitoramento de cargas. Mas essa tecnologia nem sempre será a melhor opção. Esse tema foi discutido no painel 4 do evento da Tele. Síntese “IoT e as redes privativas” desta terça-feira, 30.

“As aplicações são um dos maiores desafios da logística, e a escolha do tipo de conectividade que será utilizada definirá o sucesso da operação. O uso da tecnologia depende dos aplicativos e deve levar em conta requisitos como disponibilidade de mercado e empresas fornecedoras”, explicou Marcos Biazotto, gerente de contas para logística da Trópico.

Para Biazotto, a escolha do 5G talvez não seja a melhor alternativa. “Na área urbana, sem dúvida, a geração de quinta tecnologia é a melhor escolha. Já na área rural, é o 4G”.

O fundador e chefe executivo da Speedbird, Manoel Coelho, concordou com o gerente da Trópico. “Para fazer o drone delivery, tivemos que escolher a tecnologia. Na área rural, achamos que o 5G não será a melhor opção. Temos outras como rádio e o tão esperado satélite de baixa orbita, que para as operações de grandes percursos será extremamente importante”.

Eliminação de gargalos

A conectividade será essencial em todos os níveis, independente do segmento da indústria ou o porte do negócio, mas os desafios são grandes. Segundo Coelho, para se ter negócio no Brasil temos que enfrentar muitos problemas logísticos no Brasil. “Todos sabem que perdemos 4% do PIB apenas em congestionamentos. Na área urbana, são 12 mil mortes de motociclistas e aumentou muito mais depois da pandemia. Então, temos aí um desafio de segurança, entregar algo mais eficiente, mais verde, menos emissão de CO2 e em breve menos caro. Temos que eliminar os gargalos. A OMC diz que na área rural, 50% das vacinas são desperdiçadas e o Brasil tem esse problema”, desabafou.

A nova logística contempla carros, caminhões, tratores e outros veículos inteligentes. Mas a questão não está apenas em terras e soluções de drones, veículos aéreos não tripulados e mais recentemente pilotos de tripulados. Nos portos, aeroportos, a transformação digital também avança. Nesse contexto, a infraestrutura nas estradas, tráfego aéreo, serão cada vez mais exigidas.

Ao falar sobre drones e aeronaves tripuladas, Coelho destacou a estrutura obsoleta que o Brasil te e fez comparações com outros países. “Temos uma estrutura defasada: somos refém de um modal – via rodoviária. No Brasil, 70% da carga é transportada pelas rodovias enquanto que nos EUA e China esses índices são muito menores”, criticou o baixo uso de ferrovias no país.

Evolução tecnológica

Segundo Coelho, a hoje é possível voar por todos locais brasileiros graças aos limites impostos pela Anac, que impõe algumas limitações, como sobrevoar pessoas e áreas com grande densidade populacional. As recomendações da agência são muito avançadas. “O Brasil está muito avançado na utilização de corredores para drones nas cidades. Podemos voar sem restrição geográficas. Tudo o que está sendo feito nos EUA e em Israel, o Brasil também está inserido”. No país, as entregas podem ser realizadas por drones sobrevoando rios, lagos, costas, matas e as marginais.

O CEO do Grupo MOVE3, Guilherme Juliani, traçou a evolução, nos últimos anos, das tecnologias. “Antes, a comunicação era por radiofrequência, falávamos em Kbyte e hoje já estamos no 5G. As entregas eram feitas por meio de carretas e atualmente temos drones. A velocidade do tráfego de dados melhorou muito e o custo caiu. A evolução foi realmente fantástica”.

A empresa que têm negócios no Brasil e na Europa impôs “o jeito brasileiro de negócio”. Juliani informou que o braço da empresa instalado em Portugal foi uma oportunidade apesar da logística do país ser desafiadora em relação à brasileira. “No Brasil, o consumo é instantâneo. As compras e as comidas são entregues em 30 minutos. O e-commerce chega no dia seguinte ao pedido. Lá, os prazos eram de seis, sete dias”, falou sobre o desafio de empreender no país.

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