Aplicativo usa IA e radiografias para combate ao coronavírus

Plataforma identifica casos suspeitos de covid-19 a partir de imagens do pulmão do paciente e está atrás de financiamento para torná-lo disponível gratuitamente.

O aplicativo Marie Curie, criado em Ribeirão Preto, utiliza inteligência artificial para identificar pacientes infectados a partir de imagens da radiografia do pulmão. Seu desenvolvimento foi liderado pela pesquisadora Paula Cristina dos Santos, voluntária no projeto Supera Ação, do Supera Parque de Inovação e Tecnologia.

Para a ajuda no diagnóstico, o profissional de saúde pode acessar o aplicativo por meio de uma assistente virtual no WhatsApp. “A ideia é que o profissional de saúde possa enviar, do próprio celular, imagens da radiografia do pulmão dos pacientes, além de informações complementares por texto ou comando de voz. A partir das imagens enviadas para a plataforma, o aplicativo realiza uma triagem por lote, informando os casos suspeitos de Covid-19 ao profissional”, explica a pesquisadora.

Desenvolvimento

Na primeira etapa do projeto, os pesquisadores unificaram dados de imagem de 3,5 mil radiografias de pulmão de pacientes, os agrupando em três diferentes categorias, determinado por um modelo probabilístico de seleção: Pneumonia Tipo 1 (tuberculose, Streptococcus Pneumoniae); Pneumonia Tipo 2 (malária; dengue); e, Pneumonia tipo 3 (covid-19).

“Em seguida, realizamos uma análise estatística, usando algoritmo de Inteligência Artificial capaz de distinguir os pacientes em três diferentes grupos, sendo eles o de covid-19, o de tuberculose e o sem nenhuma doença”, explica Paula. As imagens foram obtidas a partir de repositórios de países como Brasil, China, Estados Unidos e Itália.

A partir da separação das imagens em grupos, foram detectadas características comuns às imagens, de acordo com a doença. “Foram identificadas 144 características, sendo 42 específicas da Covid-19. Percebemos que essas características também têm níveis, dependendo do estágio da doença: mais leves, moderados e graves”, diz.

Conforme o Supera Ação, organização sem fins lucrativos, a ideia é liberar o aplicativo gratuitamente. Mas ainda não está disponível no Android ou iOS, dado que a pesquisadora está em busca de financiamento.  (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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