Angola Cables vai investir R$ 72 milhões no data center de Fortaleza

Estrutura será ponto de troca de tráfego entre os cabos da submarinos da empresa, que ligarão Brasil a Estados Unidos e África.
António Nunes, CEO da Angola Cables, durante o evento de lançamento da pedra fundamental do data center
António Nunes, CEO da Angola Cables, durante o evento de lançamento da pedra fundamental do data center

A Angola Cables lançou hoje, 11, a pedra fundamental do data center que está construindo em Fortaleza (CE). A unidade será integrada à landing station onde vão chegar os cabos submarinos SACS e Monet. Mas deve receber conexões também de outros cabos que passam pela capital cearense. Quando acabada, a unidade terá recebido aportes de R$ 72 milhões.

O prédio fica na Praia do Futuro. Está previsto para começar a funcionar no início de 2018. Pouco antes, no final deste ano, o cabo Monet entra em operação. Já o SACS será ativado até o final do próximo ano.

Ao todo, o projeto com landing stations e cabos receberá custará US$ 300 milhões, incluindo construção e aquisição dos equipamentos. O financiamento foi garantido pelo governo de Angola e disponibilizado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

O data center apenas terá área de 3 mil metros quadrados para os equipamentos de TI. “Ele servirá para o desenvolvimento de uma economia digital, em toda a região do Nordeste. Via Fortaleza, o país poderá fazer conexões internacionais, o que significa dizer que a capital cearense será ponto de referência em conectividade internacional para o Brasil”, afirma António Nunes, CEO da Angola Cables.

“Esse será um dos maiores Data Centers da América Latina já com cabos conectando com Europa, África e América do Norte. Não tenho dúvidas que vai abrir as portas de Fortaleza para o mundo, gerando oportunidades de negócios a partir desta conectividade”, disse durante o evento o governador do Ceará, Camilo Santana (PT).

Segundo Nunes, o data center pretende desafiar o predomínio de centros de dados na região Sudeste do Brasil, fornecendo armazenamento e serviços em nuvem para os negócios do Nordeste. Os investimentos, afirma, “servirão de suporte para o desenvolvimento do Polo Tecnológico de Fortaleza”. Para ele, a infraestrutura vai atrair empresas do setor de tecnologia para a cidade.

Este é o segundo data center da Angola Cables. A empresa já opera o Angonap, em Luanda, capital de Angola. Como lá, a empresa espera fazer do data center de Fortaleza um grande ponto de troca de tráfego internacional, entre América do Sul, Estados Unidos, África e Europa. “Convidamos desde já todos os provedores de cabos submarinos existentes em Fortaleza a usarem as infraestruturas agora criadas”, diz Nunes.

Com ou sem o acesso de outros cabos, o data center já terá essa capacidade. Isso porque o SACS é um cabo transatlântico, de 40 Tbps, que ligará África a Brasil. Na África, se comunica com o sistema WACS, que conecta Angola à Europa. Já o Monet terá 24 Tbps, e ligará Brasil a Estados Unidos. Além da participação da Angola Cables, o Monet tem aporte de Google e Algar.

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Da Redação

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