Anatel encontra espectro para SMGS, mas não atende Echostar

A Anatel lança consulta pública para destinar um novo pedaço do espectro ao Serviço Móvel Global por Satélite (SMGS). A proposta é alocar 40 MHz, para não interferir com a telefonia móvel ou fixa

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O conselho diretor da Anatel aprovou hoje, 27, consulta pública por 30 dias, com audiência pública em Brasília, para a destinação de frequência ao Serviço Móvel Global por Satélite (SMGS). Esse serviço, em franca expansão na Europa, queria ser prestado pela empresa Echostar na banda S, mas a faixa que ela reivindicava (que coincidia com a europeia) causaria muita interferência em diversos serviços em operação no Brasil. Por isso, a Anatel decidiu propor a destinação de uma faixa bem menor, e que coincide com a exploração feita nos Estados Unidos.

Segundo o conselheiro Leonardo de Morais, relator do processo, o espectro de frequência pleiteado pela Echostar – que iria de 1.980 MHz a 2.025 MHz para o up link e de 2.160 a 2.200 para o down link – é tecnicamente inviável no país. “Destinar toda a faixa pedida é de difícil solução, pois além dos problemas de interferência, haveria ainda assimetria de 45 MHz no up link e 40 MHz no down link, não usual”, disse o conselheiro.

Na parte mais baixa desse espectro estão em funcionamento nada menos do que 1.683 estações de telefonia fixa e na parte mais alta 2.782 estações de telefonia móvel, além de 67 outras estações de telefonia fixa, que seriam afetadas ou afetariam as comunicações móveis por satélite.

Depois de estudar três alternativas, a área técnica da Anatel propôs, e o conselho diretor aprovou para consulta pública, a destinação de uma faixa menor (20 + 20 MHz) nas frequências de 1.990 MHz a 2.010 MHz terra para o espaço e 2.180 a 2.200 espaço para a terra (down link), em caráter primário e sem exclusividade. “Essa é, por hora, a  melhor condição técnica”, afirmou Morais.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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