Anatel e Feninfra defendem endurecimento de legislação sobre roubo de cabos

Entidades abordaram o problema em debate nesta sexta, 3. Deputado presente concordou, mas não deu esperança de que isso seja feito tão cedo
Vivien Suruagy, Presidente da Feninfra – Crédito: Divulgação

“Temos, hoje, 94 mil registros anuais de roubos de cabos. Nos últimos levantamentos, foram R$ 500 milhões de prejuízo com esse crime. São cabos suficientes para ligar o Oiapoque ao Chuí”. Assim Vivien Suruagy, presidente da Feninfra (Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática) apresentou a necessidade de endurecimento da legislação para esse tipo de crime, em debate nesta sexta, 3. O pedido teve apoio da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

“Em 2020, tivemos um aumento de 16% no número de roubos de cabos, em relação a 2019, e 2021 está indo pelo mesmo caminho”, falou Suruagy.

Ela foi adiante na questão. “Mais do que isso, tem a milícia, que  desliga a antena e cobra resgate para religar. Os envolvidos são empresas não idôneas.”

Para Suruagy, “o furto do cabo só ocorre porque alguém compra”. A presidente da Feninfra apontou que estudos mostram que 70% dos cabos roubados vão para redes de telecom, usados por empresa fantasmas. “O equipamento é roubado, sai do país, vai para o Paraguai e retorna”, disse, ao pedir rigidez da Justiça para esse tipo de crime.

Apoio 

A Anatel concorda. “De fato, precisa-se pensar em endurecer a pena para esse tipo de crime”, disse Emmanoel Campelo, conselheiro do órgão.

“E é necessário pensar nisso também para todos os setores, não só telecomunicações”, pontuou Campelo, que disse ainda que é preciso que se crie na lei algo específico sobre esses danos causados a essa estrutura, para essas situações (de roubo).

O deputado Cezinha de Madureira (PSD/SP), presente ao debate, concordou que algo precisa ser feito, em termos de endurecimento da lei para esse crime, mas não deu esperança de que isso aconteça logo.

“Não sei se entra na pauta deste semestre, que está lotada, mas [endurecimento da criminalização do roubo de cabos] é algo que precisa ser debatido”, disse o parlamentar.

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José Norberto Flesch

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