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America Net vai investir R$ 20 milhões para instalar WiFi em São Paulo

A America Net fechou parceria com a prefeitura de São Paulo para levar WiFi gratuito, remunerado através de publicidade, a 619 pontos das cidade. Empresa promete acessos mais rápidos que o 4G, com velocidade de até 1 Gbps. E vê capacidade de replicação do modelo em outras cidades.
O horizonte de São Paulo visto a partir do lago do Parque do Ibirapuera, na zona Sul (Foto: Diego Torres).

A America Net, empresa que assinou parceria para exploração do serviço de WiFi Livre na cidade de São Paulo, tem grande expectativa de retorno e de entrega para o projeto. A operadora se comprometeu a fornecer WiFi em 619 pontos da capital paulista, em muitos deles com velocidade de quase 1 Gbps. Em troca, recebeu autorização para explorar a exibição de publicidade nos aparelhos dos usuários que se conectarem a essa rede aberta.

“O foco desse projeto é a remuneração. Aqui na America Net o projeto precisa ser rentável, trazer lucro, para acontecer”, frisa José Luiz Pelosini, vice-presidente executivo da operadora. Segundo ele, já neste trimestre algumas praças serão ativadas, e todas as 619 estarão funcionando em não mais que dois anos. Conforme o edital, a empresa poderá explorar o WiFi durante cinco anos.

A operadora, que tem a maior parte da receita vinda do mercado corporativo, vislumbra um crescimento exponencial dessa modalidade de conectividade no país. Ela já era responsável por conectar 60 das 120 praças com WiFi Livre da cidade que funcionavam sob contratação da prefeitura e custavam R$ 12 milhões ao ano, desde 2014. De lá pra cá, foram contabilizados 400 milhões de acessos. Agora, a prefeitura pretende ampliar, sem pagar nada.

“Estamos propondo um modelo de financiamento pelo setor privado que não onera os cofres públicos e assegura internet de qualidade para as regiões de maior vulnerabilidade social”, diz Daniel Annenberg, secretário municipal de Inovação e Tecnologia.

A tele deverá buscar financiamento com publicidade. “Vamos fechar parceria com algumas empresas de mídia e comunicação que vão revender ou trazer os clientes para nós”, acrescenta Pelosini, da America Net. As negociações estão a todo vapor. Ele não diz qual o potencial de faturamento do negócio, mas garante terá desdobramentos positivos. “Esse modelo poderá ser praticado por outras prefeituras. Dando certo financeiramente, que é o que indica, o objetivo é que ele seja replicável”, completa o executivo.

Alta velocidade 

A prefeitura de São Paulo ressalta que, além de não gastar um centavo, vai incentivar a competição. Outras operadoras podem aderir ao edital e instalar hotspots nos locais determinados. A America Net por enquanto foi a única a demonstrar interesse.

Pelosini diz que muitas praças terão velocidade de acesso na casa do 1 Gbps. “O modelo é entregar velocidade de ultra-banda larga, maior que 4G”, acrescenta. O projeto de 2014 determinava acessos de 512 Kbps no mínimo.

O edital atual prevê a cobertura obrigatória de 300 pontos, com outros 319 opcionais. A America Net quis todos. Entre os obrigatórios estão pontos na periferia e áreas onde há baixa conectividade, além órgãos públicos, bibliotecas, centros culturais e pontos turísticos.

Em ao menos 90% dos locais já há rede de fibra óptica da operadora passada para outros fins. Ainda assim, será necessário investir R$ 20 milhões para a instalação de todos os access points e criação da infraestrutura nos 10% dos locais onde a fibra ainda não chega.

A empresa vai definir com a prefeitura quais os pontos prioritários para a ativação e iniciar a conversa com diferentes órgãos este mês. A expectativa é que, por atender ao edital, o rito para liberação de licenças ambientais ou de ocupação do solo, se necessário, seja curto.

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