Alloha Fibra vai investir R$ 800 milhões em infraestrutura em 2023

O montante é inferior ao investido em 2021, quando realizou 11 aquisições de ISPs. Para 2023, principal objetivo do grupo é integrar as redes dos diferentes provedores que compõem o grupo.

O grupo Alloha Fibra, controlado pelo fundo EB Capital, deve terminar 2022 com investimentos de R$ 800 milhões. O número deve se repetir em 2023, avisou hoje o CFO da empresa, Felipe Matsunaga.

O montante de investimentos é inferior ao feito pela Alloha em 2021, quando realizou 11 aquisições de ISPs. Segundo o executivo, a estratégia adotada este ano não teve expansão “inorgânica”. O grupo suspendeu compras de provedores por considerar que a precificação não estava lá muito racional. Decidiu concentrar os aportes apenas na infraestrutura própria e atração de clientes.

Como resultado, até o final de setembro, a companhia chegou a 1,3 milhão de clientes, alta de 46% em relação ao terceiro trimestre de 2021, obtida de forma “orgânica”. São 50 mil novos assinantes de banda larga por mês, disse. A empresa é a terceira, em número de assinantes, no segmento de banda larga FTTH. E a quarta em banda larga no geral nacional.

“A estratégia agora é aumentar nosso take up rate [ocupação dos acessos], que varia conforme a cidade, mas está em 17% porque expandimos muito, fizemos mais de 1 milhão de HP [homes passed] este ano. Agora vamos focar em trazer clientes, reduzir o ritmo de construção de HPs e gerar valor ao acionista”, falou Matsunaga a jornalistas na manhã desta sexta-feira, 18, durante encontro na sede administrativa do grupo, em São Paulo.

Os investimentos da Alloha estão sendo dirigidos, além da expansão da rede acesso, à integração de sistemas e processos dos diferentes provedores do grupo – Sumicity, Click+, Univox, Giga+, Vip, Ligue, Niu, Mob e Wire. A meta é integrar todas as redes em 2023.

A Alloha teve receita líquida de R$ 359 milhões no terceiro trimestre, alta de 6% ano a ano. O EBITDA chegou a R$ 131 milhões, alta de 41%. E a margem EBITDA está em 37%. “Vamos terminar o ano com margem de 40%, e em 2023 ficar em linha com o mercado”, acrescentou.

Marcas

O CEO do grupo, Alexandre Moshe, contou que diferente das demais operadoras criadas pela união de vários provedores, como a Vero e a Alares, a Alloha não pretende unificar as marcas de varejo e atacado. Segundo ele, cada uma tem forte identificação local, e isso tem sido explorado para atrair novos consumidores e para planejar a expansão orgânica a cidades adjacentes.

Ele reiterou o que antecipou ao Tele.Síntese em setembro: que a Alloha deve voltar a comprar em 2023, provedores de menor porte, em ritmo menor do que o visto em 2021.

Moshe também disse que os planos de separação estrutural e eventual constituição de uma operação de infraestrutura e uma de serviços é um plano do controlador. Ele vê como natural traçar alternativas. “Mas é uma decisão do controlador, nós seguimos com as frentes de integração das redes”, disse.

Por fim, os executivos contaram ainda que entraram no consórcio para explorar a Infovia 01, do Norte Conectado. Já estava no consórcio da Infovia 00. O programa, coordenado pela RNP, do governo federal, leva fibra a cidades da Amazônia a partir da implantação de cabos subfluviais nos leitos dos rios da região.

A Alloha tem operações em 20 estados, sendo 650 cidades atendidas por backhaul próprio, 270 cidades com rede de acesso FTTH, 114 mil km de fibra instalada, 7,6 milhões de homes passe e mais de 1,4 mil pontos de presença espalhados pelo país. Atualmente, 80% das receitas vêm do varejo, e 20% do B2B.

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Rafael Bucco

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