Agricultura inteligente: a nova aposta dos bancos

Os bancos podem usar a agricultura inteligente para reduzir o risco do portfólio e entrar no mercado de carbono por meio dessas práticas.
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Crédito: Freepik

A agricultura inteligente para o clima tem se tornado cada vez mais estratégica para o país e apresenta grande potencial de acessar mais recursos verdes para práticas mais sustentáveis do campo.

De acordo com o Banco Mundial, a agricultura inteligente com foco na segurança alimentar sob a perspectiva das mudanças climáticas tem contribuído para aumentar a produtividade agrícola, gerar resiliência e reduzir emissões de gases de efeito estufa.

14% da produção de alimentos são perdidas, o que representa US$ 400 bilhões anuais, disse Juliana Lopes, especialista em agricultura de baixo carbono e mudanças climáticas da IFC (Corporação Financeira Internacional, da sigla em inglês), durante workshop promovido pela Febraban em parceria com a IFC.

Engajamento entre bancos e clientes

“Os produtores muitas vezes já adotam práticas de agricultura inteligente, porém não sabem. Por isso é importante  haver engajamento entre bancos e clientes para entender o que está sendo feito no campo. Os bancos devem direcionar os clientes e oferecer mais apoio e linhas de financiamento. Por outro lado, vejo que tem muitos clientes que querem adotar essas práticas e ter ganhos econômicos com isso”, afirmou Lopes.

Do ponto de vista global, segundo ela, desde a última Cop 96, os bancos têm tido oportunidades dentro do sistema de agricultura inteligente para reduzir o risco do portfólio assim como entrar no mercado de carbono por meio dessas práticas.

Os produtores estão sentindo na pele as mudanças do clima e seus impactos. Cada vez mais procuram informações para fazer as transições tecnológicas para que tragam resiliência climática ou reduzam exposição ao risco climático, segundo Leila Harfuch, sócia-gerente e pesquisadora sênior da Agroicone.

Essas tecnologias e práticas trazem redução de emissões e resiliência climática. Os bancos têm visto isso não só para melhorar o portfólio mas também para poder fomentar essa transição tecnológica.

O setor agrícola é uma fonte significativa de emissão de gases de efeito estufa. Os sistemas alimentares são responsáveis por 18 milhões de gás carbônico de um terço das empresas globais.

Segundo ela, a agricultura oferece grandes oportunidades de mitigação, sequestrando carbono para alcançar a neutralidade climática, reduzindo emissões de metano e óxido nitrônico para diminuir a taxa de aquecimento, assim como reduzindo perdas de produtos ao longo das cadeias de abastecimento de alimentos por meio da melhora das condições de armazenamento dos alimentos.

Critérios do IFC

O IFC preconiza quatro áreas de investimento em Agricultura Inteligente Climática: proteína animal, terra e plantações, redução de perdas agrícolas, uso da energia renovável e equipamentos eficiente em toda a cadeia de valor.

Desde 2015, o IFC comprometeu mais de US$ 1,4 bilhões no setor agrícola, sendo mais de 65% direcionado às instituições financeiras.

Dentre os critérios de elegibilidade da IFC é que o projeto aumente a produtividade em pelo menos 20%, reduza as perdas pós colheita em 20%, diminua a vulnerabilidade aos impactos e mudanças climáticas e a emissão de gases de efeito estufa.

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Redação DMI

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