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Eleição de Trump nos EUA deve mudar a FCC

Expectativa de analistas é que regulador seja mais permissivo e revise, inclusive, regras para a neutralidade de rede. Ações das OTTs caem, mas das operadoras sobem.

dondald-trump-releaseO fim do processo eleitoral nos Estados Unidos e a escolha de Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca, faz as ações das empresas de telecomunicações subirem. A Verizon subia 0,13%. A T-Mobile, 3,8%. Sprint, 12,5%. Mesmo a AT&T tinha alta, de 0,86%, apesar de Trump se dizer contrário à aquisição da Time Warner (que caía 1,55% às 14h).

Analistas acreditam que o novo presidente vai dificultar fusões envolvendo empresas de mídia, o que prejudica a Time Warner. Mas, em telecomunicações, tornará tudo mais fácil. Isso porque a diretoria da FCC, autarquia que regula o setor no país, tem composição partidária. Geralmente, as cinco cadeiras são ocupadas majoritariamente por conselheiros ligados ao partido do presidente eleito.

Durante o mandato de Barack Obama, a FCC trabalhou para ganhar poder de regular também a banda larga, estabelecendo regras para a neutralidade de rede. Nada impede que essas regras sejam revistas, o que é, inclusive, desejo das operadoras locais. Para os analistas, Trump estaria mais disposto a deixar as teles se autorregularem, interferindo menos nos modelos de negócios possíveis.

A possibilidade repercute mal entre as empresas de internet. A ações da Amazon caíam -2,87%, Facebook, -1,58%, Google, -1,44%, Microsoft, -0,88%, Netflix, -1,75%, Apple, -1,78%.

“Acreditamos que o chairman Wheeler [Tom Wheeler, democrata] não vai completar seu mandato”, resume um analista do banco Welss Fargo. A instituição financeira acredita que a notícia é particularmente boa para a Sprint, que poderá ser alvo de aquisição.

Mercado
As bolsas norte-americanas ainda assimilam a vitória do candidato republicano Donald Trump à Casa Branca. O índice Dow Jones operava praticamente estável às 14h (hora em Brasília), a Nasdaq com baixa de 0,32%, enquanto o índice da Standard&Poor baixava -0,21%. Comportamento bem diferente do visto no Japão, onde o mercado encerrou com baixa de 5,36%, em Hong Kong (-1,95%), ou no Brasil, onde o IBosvepa opera em queda de 1,06%.

Conforme analistas ouvidos por agências de notícias, o tom apaziguador do candidato eleito teria caído bem, mostrando que o discurso protecionista da campanha teria sido apenas estratégia eleitoral. Há também expectativa de que suas promessas resultem no aumento do preço de ações de empresas de infraestrutura, biotecnologia e farmacêutica. Ações de companhias como Carterpillar, Pfizer e Gilead Sciences tinham alta de mais de 4,6%. (Com agências internacionais)

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