Ações ON da Vivo sobem 8,13% em dia positivo na bolsa

Investor Day da Telefônica Vivo, realizado ontem, traçou cenários positivos para companhia e impulsionou valorização desta quarta-feira.

As ações das operadoras de telecomunicações registraram ganhos nesta quarta-feira, 16, na bolsa de valores brasileira, a Bovespa. Os papeis de Oi, Telebras, TIM e Vivo fecharam o dia no azul, com ganhos variando de 0,99% (Telebras) a 8,13% (Vivo ON).

Segundo analistas ouvidos pelo Tele.Síntese, a performance positiva pouco teve a ver com o cenário político, em que o ex-presidente Lula concordou em assumir a Casa Civil e a articulação do governo federal. A visão preponderante é de que o setor fechou em linha com a valorização da bolsa como um todo, em função não apenas de desdobramentos políticos, mas também por conta de acontecimentos internacionais – como aumento do preço do barril de petróleo, que levou a forte valorização da Petrobras, e manutenção de meta de juros pelos Estados Unidos entre 0,25% e 0,50%.

Oi – As ações ordinárias da concessionária encerraram o dia valendo R$ 1,15 (alta de 1,76%), e as preferenciais, R$ 1,22 (+6,88%). Segundo os analistas, há um grande desconto no valor das ações e muita volatilidade, sendo impossível identificar o motivo da alta. A negação da companhia quanto à proposta de reestruturação teria tido pouca influência. No caso dos papeis PN, a valorização poderia ser motivada mais pela falta de liquidez do que por qualquer notícia.

TIM – A operadora terminou o dia com papel valendo R$ 7,78, alta de 2,63%.

Telebras – A estatal registrou valorização de 0,99%, para R$ 1,02.

Vivo
Aqui, a maior variação. As ações ON fecharam o dia cotadas a R$ 37,48, após alta de 8,13%, e as PN, terminaram valendo R$ 42,70, com elevação de 4,42%. O motivo para a performance teriam sido as mensagens positivas de expansão dadas pelos executivos da Vivo ontem a investidores, durante o Telefônica Investors Day. No evento, o comando da companhia (Amos Genish, Christian Gebara e Rodrigo Dienstmann) traçou um cenário favorável neste e nos próximos anos. Ressaltaram o crescimento acima dos concorrentes em 2015 e voltaram a defender a estratégia com foco em dados para 2016.

Os executivos afirmaram que pretendem lançar, em breve, pacotes segmentados de acesso à internet móvel, como Vivo Redes Sociais e Vivo Mensagens, além de planos que preveem uso diferenciado conforme dia e hora, com Vivo Noite e Vivo Final de Semana. Esses pacotes teriam condições de elevar a receita média por usuário. Eles também afirmaram que vão ampliar as franquias de dados nos planos controle, e também os preços desses pacotes.

Ainda em 2016 o plano controle da Vivo com 1 GB, 25 minutos de chamadas off net e chamadas e SMS ilimitados on-net custará R$ 39,99 (o equivalente atual custa R$ 34,99, para 400 MB de dados). O plano controle mais caro custará R$ 84,99, com 2,5 GB e 100 minutos off net.

Eles também destacaram a evolução em serviços de valor agregado e eliminação de custos, com o fim de presença de promotores em lojas do varejo, redução de funcionários em lojas próprias, elevação dos preços dos chips pré-pagos e concentração de subsídios em smartphones high end, 4G, e apenas no pós-pago.

O triple play também ganha força com aumento da velocidade da banda larga no cobre – segundo a empresa, 96% da rede passou por upgrade e agora consegue entregar velocidades acima de 10 Mbps. A companhia também pretende expandir a fibra (FTTx) fora de São Paulo. A operadora criou uma CDN para vídeo OTT (em funcionamento desde janeiro), reduzindo em 4x a latência para usuários Netflix, passou a entregar novos modems equipados com WiFi de última geração, e lançará ofertas em smart home em parceria com a Huawei.

Durante o Investors Day, a operadora também traçou um cronograma para modernização das redes móveis. A previsão é que parte do espectro 2G seja destinado ao 4G. Hoje, 17,5 + 17,5 Mhz do espectro é usado para a segunda geração em todo o país, com exceção de Norte e Nordeste. Passará para 7,5 + 7,5 Mhz em 2019. Enquanto no 4G o valor passará dos atuais 20 + 20 Mhz para 35 + 35 Mhz até 2019. Aumento fruto de refarm dos 1.800 Mhz e da liberação dos 700 Mhz. No Nordeste, a companhia terá 50 + 50 Mhz em 2019 para a 4G. E tudo está sendo feito com análise avançada de Big Data, com foco em melhorar a experiência do usuário.

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Rafael Bucco

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