Ações da Oi disparam em meio à disputa pela unidade móvel

Perspectiva concretização da venda dos ativos móveis e baixa expectativa de impedimento regulatório atraíram investidores.

As ações da Oi dispararam mais uma vez nesta terça-feira, 28, na bolsa brasileira. Animou o mercado a perspectiva de leilão em torno dos ativos da companhia, em especial os de telefonia celular. Ontem, Claro, TIM e Vivo apresentaram uma proposta revisada para adquirir a unidade móvel da Oi, na qual se dispõem a pagar R$ 16,5 bilhões, 10% a mais que o preço mínimo, além de se comprometerem a usar a rede de transmissão da Infraco.

A oferta foi feita fora dos prazos estabelecidos pela Oi para apresentação de propostas. Outra empresa na disputa, a Highline, tem exclusividade nas negociações até o dia 3 de agosto, e poderá, portanto, igualar a oferta, cujo valor e condições não foram tornados público.

Fontes ouvidas pelo Tele.Síntese consideram que os temores de bloqueio pelo Cade da venda da Oi Móvel para as rivais Claro, TIM e Vivo são baixos. Considera-se que o órgão regulador da competição no país está alinhado com Anatel, que reconhece a possibilidade consolidação do mercado em três grandes players.

Também há quem diga que, mesmo caso o Cade adote medidas para regular a competição na ocasião da venda para o trio, estas teriam viés consumerista. Ou seja, estariam mais relacionadas à precificação de produtos e ofertas, do que a ordens mais pungentes, como a venda de algum ativo a terceiros.

Diante das perspectivas otimistas, os papeis ordinários da Oi (OIBR3) subiram 15,82%, chegando à marca dos R$ 2,05, o que não acontecia desde novembro de 2018. Os preferenciais (OIBR4) saltaram 44,27%, chegando a valer R$ 2,77, valor registrado pela última vez em agosto de 2018. É bom lembrar, dado o baixo custo unitário da ação da Oi no momento, variações de alguns centavos resultam em porcentuais mais elevados.

As ofertantes, por sua vez, subiram menos. A Telefônica Brasil (Vivo) registrou alta de 0,39%, a R$ 51, dos papeis ON (VIVT3) e de 2,45%, para R$ 50,97, dos PN (VIVT4). Já a TIM, que negocia apenas a ação TIMP3, avançou 2,13%, para R$ 14,88.

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Rafael Bucco

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