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Abratel repudia proposta de uso da faixa de 600 MHz pelo setor de telecom

Ideia foi apresentada pelo CEO da operadora, José Roberto Nogueira, durante debate online realizado pelo AGROtic sobre conectividade no campo 
Thommas68 por Pixabay

A Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) divulgou hoje, 17, nota à imprensa repudiando proposta defendida pelo CEO da Brisanet, José Roberto  Nogueira, durante o Agrotic 2020, a favor do uso da frequência de 600 MHz, utilizada pela radiodifusão, para ampliar a conectividade na zona rural.

Segundo a nota, o uso dessa frequência pela radiodifusão “é primordial para a manutenção e a evolução da televisão gratuita e com qualidade no Brasil”, referindo-se à notícia veiculada desde ontem pelo Tele.Síntese com o título “Brisanet defende que o agronegócio brigue pela frequência de 600 MHz”.

A entidade acusou o autor da ideia degrande insensibilidade com a população brasileira no que tange à um serviço essencial e de papel social imensurável realizado pela radiodifusão”. E afirmou que “A faixa de 600 MHz não poderá ser disponibilizada no Brasil para outros serviços em caráter primário”, manifestando concordância com o conselheiro Moisés Moreira, da Anatel, que rebateu Nogueira durante o debate.

“O mundo rural tem que brigar pela frequência de 600 megahertz, porque ela não é para ser leiloada, é para deixar na prateleira”, afirmou Nogueira.

Veja a nota da Abratel

Nota à Imprensa 

Em resposta à reportagem: “BRISANET DEFENDE QUE O AGRONEGÓCIO BRIGUE  PELA FREQUÊNCIA DE 600 MHZ”, publicada no portal Telesíntese em 17/09/2020, a  Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) observa que a exclusividade  da destinação da faixa de 600 MHz, com caráter primário, para o serviço de televisão aberta terrestre é primordial para a manutenção e a evolução da televisão gratuita e com qualidade no Brasil, ressaltando que o uso da faixa de 600 MHz pela radiodifusão brasileira sempre esteve alinhado ao uso eficiente do espectro, o que é comprovado pela inigualável cobertura nacional propiciada pela televisão. A referida manifestação demonstra grande insensibilidade com a população brasileira no que tange à um serviço essencial e de papel social imensurável realizado pela radiodifusão. 

Para o problema de cobertura das áreas rurais por serviços de telecomunicações, a Abratel já indicou à Anatel que a solução seria disponibilizar para operadoras que tenham o interesse de cobrir as áreas rurais, com um processo célere, faixas de frequência nobres que estão sem uso. Pois, se analisarmos de forma ampla o espectro de frequência, encontraremos faixas licitadas e não licitadas, que estão desocupadas localidades rurais e que poderiam ser usadas no mercado secundário de espectro, sem risco de interferência com outros serviços. Exemplificando, temos as faixas de 450 MHz e de 700 MHz que, apesar de propiciarem cobertura muito adequadas às aplicações rurais, encontram-se sem uso ou subutilizadas nessas áreas. 

Assim, a Abratel repudia a manifestação de que a faixa de 600 MHz seria a solução para os problemas de conexão das áreas rurais brasileiras e, em concordância com a posição do Conselheiro da Anatel, Moises Moreira, reforça que, em virtude de seu amplo uso em nível nacional para distribuição de canais de televisão, a faixa de 600 MHz não poderá ser disponibilizada no Brasil para outros serviços em caráter primário.”

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