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TV paga

“A TV paga tradicional já não existe mais”, afirma Alessandra Pontes, da Discovery

Operadoras e programadoras descartam fim dos pacotes de TV paga, mas confirmam que consumo de conteúdo individual, por aplicativos, cresce.

Executivos de operadoras e programadoras de TV paga acreditam que o setor tem condições de competir em pé de igualdade com Netflix e atender à demanda por conteúdo não linear distribuído por plataformas digitais. A percepção é de que se prepararam nos últimos anos e se adequaram aos novos hábitos do consumidor, mas há pontos a melhorar.

“A TV paga tradicional já não existe mais. A TV por assinatura já não é mais tradicional. Estamos preparados para entregar conteúdo on demand e via celular”, cravou Alessandra Pontes, VP de afiliadas da Discovery. A executiva participou de painel hoje (30) em evento sobre o setor de TV paga realizado em São Paulo, promovido pela Teletime.

Para Simoni Sobelman, diretora de vendas da Turner Brasil, há falha das operadoras e programadoras em comunicar para os clientes o quão preparadas estão para oferecer TV em qualquer lugar e dispositivo. “Existe uma parcela do consumidor que ainda vê o mercado de TV paga como algo antigo, embora já tenhamos ido para o mundo digital. A gente tem que mostrar para o consumidor que temos esses produtos e apoiar as investidas das operadoras”, afirmou.

Agrício Neto, CEO da Claro TV, acredita no entanto que a comunicação está sendo feita, mas o perfil do consumidor ainda está em mutação. “A comunicação com o cliente é recorrente ao longo de toda a programação, falando sobre o on demand. Nosso papel é explicar para o cliente o acesso a todo conteúdo que contratou”, lembra.

Unbundling

Ele descarta qualquer tendência de unbundling de canais, no entando. O unbundling acontece com a venda de canais em separado, em vez de pacotes com dezenas deles. “Nosso papel é de curadoria. Não acredito que vender canais um a um, em nosso mercado, daria certo”, disse.

Sobelman, da Turner, lembrou que a Lei do SeAC foi construída de forma a oferecer equilíbrio aos pacotes. “O modelo linear no Brasil funciona. Em outros países em que o consumidor se mobilizou pelo fim do bundling, ficou mais caro para o assinante. E a nossa lei atende a demanda, com exigências para kids e outras programações”, destacou. Apesar disso, ela afirma que a Turner não pode  deixar de considerar o unbundling nos cenários futuros em função da pressão exercida pelas novas empresas digitais.

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