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Competição

Agricultura digital: café brasileiro pode se beneficiar com melhoria da qualidade

Debate durante AgroTIC Café incentiva a necessidade desse mercado buscar os avanços tecnológicos já disponíveis nessa área

O termo agricultura de precisão ainda não está disseminado no mercado cafeeiro, mas com as novas tecnologias os produtores podem se beneficiar, entre outras coisas, em ter um produto de melhor qualidade ganhando ainda mais competitividade no cenário internacional.  “O conceito ainda não está bem entendido e os produtores ainda não associam a agricultura de precisão a um café de mais qualidade e não apenas mais produtividade”, afirmou Francisco de Assis Pinto, professor do departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa.

“ A produtividade no café brasileiro pode ser crescente, mas com certeza podemos produzir café tão ou melhor do que o colombiano”, comentou Mário Ferraz de Araújo, técnico da cooperativa Cooxupé. Na sua avaliação, com mais qualidade o país não estaria hoje respondendo por 30% do mercado internacional, mas teria alcançado 50% a 60%. “Se a gente não fizer isso, outro país vai fazer”, ressaltou.

Entre as iniciativas que podem ajudar nesse cenário, o professor da Universidade de  Viçosa cita o uso de sensores para substituir os tradicionais mapas de produtividade, praticamente manuais. “O que entendemos por agricultura de precisão é justamente garantir a gestão da variabilidade existente no campo agrícola”, ressaltou. Na sua avaliação, algumas dessas variabilidades são complexas e outras, como tempo, são randômicas.

Ambos participaram ontem  do encontro AgroTIC Café, realizado em Patrocínio, Minas Gerais. Assis Pinto enfatizou aos produtores cafeeiros as tecnologias já existentes e que estão sendo testadas em outras áreas, como os drones. “Tudo que o sensoriamento remoto tinha de limitações acabou com as Vants”, afirmou. Além de permitir que as imagens possam ser usadas para decidir as zonas de manejo eles também estão sendo adaptados para serem usados na pulverização.

Para Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, é preciso “democratizar” a agricultura digital. “O processo ficou mais barato, desde a gestão até a implantação de novas tecnologias”, comentou a executiva que entrou nesse mercado inicialmente para buscar solução de conectividade para a fazenda de sua família. E evoluiu tanto que a plataforma integrada desenvolvida pela empresa chegou até a chamar a atenção da Nasa que chegou a sugerir transferência de tecnologia.

“Vários organismos internacionais têm apontado uma associação entre o acesso às tecnologias da informação e o desenvolvimento socioeconômico”, observou Gabriel Bartholo, gerente geral da Embrapa Café. Encontro-AGROtic-Cafe-Patrocinio-MG-20-Fevereiro-2018-Foto-Marcio-Oliveira-DNA-8351

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