70% dos brasileiros adultos foram expostos a um golpe de suporte técnico

Houve um aumento no número de pessoas que dão continuidade ao golpe e aumento na quantidade de pessoas que perdem dinheiro, segundo estudo da Microsoft

Nova pesquisa da Microsoft indica que 70% dos brasileiros adultos foram expostos a um golpe de suporte técnico. O estudo foi encomendado à YouGov e realizado neste ano em 16 países. O intuito era analisar os golpes e o seu impacto nos consumidores.

O estudo recente é uma continuação de pesquisas semelhantes realizadas pela Microsoft em 2018 e 2016. A empresa informa que recebe, mensalmente, aproximadamente 6.500 reclamações de pessoas que foram vítimas de golpes de suporte técnico.

Os resultados mostraram que 70% dos adultos brasileiros estiveram expostos a um golpe de suporte técnico, 3 pontos a mais que em 2018 (67%). Apesar disso, os golpes que envolvem e-mails não solicitados diminuíram de 43% para 37%.

Houve um aumento de 5 pontos no número de pessoas que dão continuidade ao golpe (29%), o que também corresponde a um ligeiro aumento nas pessoas que perdem dinheiro (de 5% para 7%).

Outros resultados apontados foram que é menos provável que os consumidores confiem em contatos não solicitados e consideram cada vez menos provável que uma empresa entre em contato com eles dessa forma. Os millenials confiam mais que outras gerações, que significa que também é mais provável que deem continuidade a um provável golpe. Acredita-se que as agências de proteção ao consumidor sejam as responsáveis por ajudar a proteger os consumidores dos golpes de suporte técnico.

No mundo

Os resultados da pesquisa 2021 revelam que, globalmente, menos consumidores estiveram expostos a golpes de suporte técnico, em comparação com a pesquisa 2018. Alguns aspectos relevantes são que três em cada cinco consumidores se depararam com um golpe de suporte técnico nos últimos 12 meses; um em cada seis consumidores foi induzido a continuar com o golpe, levando as vítimas a perderem centenas de dólares para os golpistas; os millenials (pessoas de 24 a 37 anos) e a geração Z (18 a 23 anos) apresentam maior exposição aos golpes de suporte técnico.

Nesse cenário, um em cada 10 millenials e um em cada 10 Gen Zers que se depararam com um golpe, foram enganados e perderam dinheiro. Entre aqueles que deram continuidade a um golpe, o gancho mais comum durante a interação foi problemas com o computador (30%), seguido por senhas comprometidas (23%) e uso fraudulento de cartões de crédito, débito e departamentais (18%).

Métodos

Os golpes de suporte técnico começavam, normalmente, com ligações telefônicas, nas quais os golpistas se passavam por funcionários da Microsoft, notificando as pessoas, de forma fraudulenta, que elas eram vítimas de malware ou outros ataques prejudiciais. Isso então se transformou em falsos “pop-ups”, aparecendo nas telas das pessoas, tentando convencê-las mais uma vez que algo estava errado com seus computadores, de forma que os golpistas pudessem cobrar para “consertar” falsos problemas.

Hoje, os golpistas utilizam tecnologia e estratégias mais sofisticadas para enganar os usuários online.

Maior risco 

Segundo o estudo encomendado pela Microsoft, pessoas que perderam dinheiro, no mundo todo, relataram maior participação em atividades arriscadas online. Como nos resultados de 2018, os jovens foram vítimas de golpes de suporte técnico com mais frequência, especialmente a Geração Z e a Geração Y, bem como os homens. Isto também está relacionado a uma maior participação do que as gerações anteriores em atividades online de risco, como o uso de sites de torrent e a troca de endereços de e-mail para conteúdo.

As informações financeiras confidenciais continuam em risco: enquanto os golpistas geralmente solicitavam que os consumidores baixassem software ou acessassem um site (30% das vítimas que o fizeram relataram problemas posteriores nos seus PCs), a proporção de consumidores aos quais foi solicitado um documento de identificação emitido pelo governo (por exemplo, o número do CPF) aumentou desde 2018, e 16% foram incentivados a acessar seu banco durante a sessão fraudulenta.

Pandemia

“Devido à pandemia, o uso de ferramentas digitais tem sido de vital importância para todas as empresas e indivíduos, e foi um fator determinante na capacidade de adaptação às novas condições de trabalho remoto e a digitalização de uma grande gama de serviços. Vivemos em constante evolução tecnológica e a fraude de suporte técnico não é exceção. Não enfrentamos mais apenas ligações fraudulentas, mas também uma infraestrutura mais sofisticada que aproveita os vendedores parceiros para implantar pop-ups de aparência legítima para os consumidores, levando-os a se comunicarem com call centers fraudulentos”, comentou Victoria Beckman, líder da Unidade de Crimes Digitais (DCU) para as Américas na Microsoft.

“Também vemos golpistas usando e-mail, a otimização de motores de busca e táticas de engenharia social para atrair as vítimas. Estas táticas têm servido para expandir um modelo de negócios facilmente replicável, com os perpetradores compartilhando recursos, incluindo encaminhamentos para call centers, clientes em potencial e processadores de pagamentos”, finalizou.

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Da Redação

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